terça-feira, 24 de dezembro de 2013

As melhores atrações de Valletta!

Não vos tinha dito que o melhor fica pró fim?! Pois é, acabamos a nossa viagem a Malta, na sua capital, a exuberante cidade dourada de Valletta, a visitar o interior de duas, das suas melhores, atrações!

Venha comigo!

O "cartão postal" da cidade


A área da capital é bastante reduzida e a maior parte das atrações está concentrada no seu coração, a larga rua da República (Triq Ir-Repubblika, em maltês), ladeada por palacetes, museus, igrejas, sendo dominada essencialmente pela co-catedral de S. João, um dos maiores tesouros do país!

Sem dúvida, uma das igrejas barrocas mais sumptuosas que vi até hoje, pelo menos o seu interior, pois a sua fachada é bastante austera e sem grandes atrativos.




E não, não se trata do cartão postal da cidade! A enorme cúpula localizada no lado norte de Valletta pertence à basílica da nossa senhora do monte carmelo e a torre sineira ao lado, à única igreja anglicana protestante do país. Mas como estavam ambas fechadas à tarde, também não as conseguimos visitar.

Mas voltemos ao que interessa, à co-catedral de S. João! Pertencente à ordem dos cavaleiros da ordem de Malta, trata-se de um dos locais com mais riqueza e luxo, comparável, talvez, só, ao vaticano. Projetada pelo arquiteto maltês Gerolamo Cassar, foi construída e consagrada no século XVI.

Na entrada (e que entrada!)

O rico chão de mármore coberto de pedras tumulares, as paredes esculpidas, as realísticas esculturas (fiquei tremendamente fascinada com os pormenores de algumas, ver fotos abaixo), o teto adornado com frescos, as admiráveis tapeçarias, os imensos dourados, os veludos em abundância e as oito capelas, cada uma dedicada às origens/línguas de cada um dos cavaleiros da ordem, formam o seu maravilhoso e sofisticado interior.









Gostei especialmente das capelas de Itália e a de Leão, Castela e Portugal, soberbas e intensamente rebuscadas, embora todas as outras não fiquem atrás. Nesta última, encontram-se aqui os monumentos funerários de dois grãos-mestres portugueses.


Pormenores da capela de Itália


Pormenores da capela de Portugal (bem visível o escudo português)


Outros dos tesouros desta catedral consistem numa pintura magnífica de Caravaggio: "a decapitação de S. João Batista", presente no oratório e num conjunto de enormes tapeçarias com desenhos de Rubens (e para desgosto meu, claro que, não pude tirar quaisquer fotos destes).

Michelangelo Merisi (da Caravaggio), nascido em Itália, na segunda metade do século XVI, foi um ilustre mas controverso pintor, que fugiu de Roma para Malta, acusado de assassínio de um jovem durante uma luta, com a cabeça a prémio. Posteriormente, envolveu-se em novas brigas e voltou novamente à Itália, onde acabou por morrer, assassinado, com apenas 38 anos. Identificado como o primeiro representante do estilo barroco, as suas obras sempre foram polémicas ao pintar modelos humanos das ruas como prostitutas, crianças de rua e mendigos nos seus quadros de temas religiosos.

Na parte da tarde, visitamos o palácio do grão-mestre, também construído na segunda metade do século XVI, pelo mesmo arquiteto, responsável pela co-catedral. Durante, mais de dois séculos foi o lar do chefe máximo da ordem embora, atualmente, seja o gabinete e a sede da presidência do parlamento maltês (o palácio pode estar interdito nalgumas partes e até mesmo fechado, quando existe sessão parlamentar).

Pátio de Neptuno

Depois de passarmos pelo pátio principal (Neptuno) subimos até ao primeiro andar do palácio, onde existem vários e bonitos corredores decorados com mármore e forrados com os retratos dos vários grãos-mestres, brasões e suas armaduras.


As divisões opulentas recheadas de riqueza, desde as valiosas pinturas, passando pelas largas tapeçarias gobelinas, os frisos trabalhados e candelabros são extremamente bem adequadas para receber personalidades famosas e importantes convidados.



No arsenal do palácio, localizado nos antigos estábulos, existe um variado conjunto de armamento e armaduras, conservadas durante mais de dois séculos.









E com este último post sobre Valletta, me despeço de Malta. Aproveito, agora, para vos desejar um feliz natal e que comecem com o pé direito em 2014!

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