terça-feira, 27 de setembro de 2011

Outros passeios pelo Algarve: Pego do Inferno, Abicada e Alvor

Numa das minhas folgas em Setembro (com os pais, sogros e marido) fomos passear até ao sotavento algarvio, mais propriamente ao Pego do Inferno. Mas não foi nada fácil chegar lá, não. Este local encontra-se um pouco escondido, está apenas a 7 Km a norte de Tavira, na freguesia de Santo Estevão mas não haviam grandes indicações na estrada para lá chegarmos (ainda por cima  o GPS não se encontrava correctamente actualizado), apesar disso o Pego do Inferno estava cheio de pessoal e com poucos locais de estacionamento (talvez, por estar bom tempo e ser domingo).


Nesta zona pode-se ver uma exuberante flora cuja fertilidade se deve à Ribeira do Asseca, um importante curso de água utilizado na rega das hortas e antigamente, no funcionamento de azenhas e moinhos, assim como uma grande variedade de fauna (aves, anfibios, mamíferos e répteis).






Na área envolvente, podem-se fazer piqueniques, tomar uns belos banhos (a profundidade é de 8 metros na área mais funda), fazer saltos para a água e/ou simplesmente relaxar (se conseguirem...com a quantidade de Espanhóis e miúdos aos berros...hahaha). Mas no geral, o local com a sua cascata natural única (pelo menos do que eu conheço no Algarve, até agora) é impressionante!




E depois de um belo arroz de longueirão, como almoço em Olhão, fomos fazer um bonito passeio de barco até à ilha da Culatra (paramos também na praia dos Hangares) e à ilha Deserta.


Vista da ilha Deserta


Noutra folga rumamos em direcção a Lagos, à saída de Portimão, onde existem duas importantes estações arqueológicas: Alcalar (onde existe um cemitério do período Neolítico, que não visitamos porque fecha ao Domingo) e Abicada, onde existem umas ruínas Romanas que estão, actualmente, a ser restauradas. De dificil acesso por carro (a estrada está cheia de pedras), o local está situado perto da Figueira e com uma vista bem bonita da Ribeira de Alvor. Apesar de haver um gradeamento como protecção, as ruínas são bem visíveis e facilmente visitáveis.










E depois de termos visto as ruínas fomos em direcção à bonita Ria de Alvor (ou Rio de Alvor, que é resultante de 4 cursos de água derivados da Serra de Monchique), antes de terminarmos o dia no largo areal da Praia Grande, numa tarde ventosa, perto de Ferragudo.


                                                                          Ria de Alvor



Entre as restantes actividades, ainda destaco a visita à casa de uns amigos para ver a sua linda bébé, a Alexandra e uma ida ao Zoomarine.



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Alcantarilha e a X Feira dos Frutos Secos

Torre da Igreja Matriz

Nos passados dias 2 a 4 de Setembro, Alcantarilha foi local da X Feira de Frutos Secos, feira essa realizada anualmente (como sempre no primeiro fim de semana deste mês).

E depois de um belo jantar de marisco (percebes, que adoro, ameijoas e ostras) fomos comer aí a sobremesa: um delicioso bolo de doce fino, uma fatia de bolo de alfarroba e também provamos um doce novo: queijo de figo e alfarroba. Além das barraquinhas com os vários doces, bolos e sobremesas várias, vimos ainda uma espécie de museu com objectos bastante tradicionais relacionados com a região, a exposição de bonitos bolos da fábrica "Palma" e a divulgação de um vinho de Alcantarilha, de nome "João Clara".

Admiramos as fachadas da Igreja da Nossa Senhora da Conceição e a sua pequena Capela dos Ossos, da Igreja da Misericórdia e da Capela da Nossa Senhora do Carmo. Andamos pelas ruas e vielas estreitas desta freguesia, que está situada numa pequena colina e pertence ao concelho de Silves, apenas a 3 Km de Armação de Pêra (um dos destinos turísticos mais procurados, descrito num post em Janeiro passado).

A torre sineira da Igreja Matriz ou da Nossa Senhora da Conceição domina o horizonte da vila e sem dúvida é o principal monumento de Alcantarilha e o seu cartão-postal. Esta igreja foi construída no século XVI mas a sua torre sineira, que conta com 4 sinos, só foi construída em 1848.








Anexada à Igreja Matriz está a pequena Capela dos Ossos, edificada no século XVI, forrada com ossos e crânios humanos de um antigo cemitério.





A Igreja da Misericórdia foi construída no século XVI durante o reinado de D. Filipe I de Portugal (II de Espanha).





A Capela da Nossa Senhora do Carmo está dotada de linhas sombrias e de grande simplicidade.




O nome "Alcantarilha" advém do Árabe: "Al-Qântara", que significa pequena ponte, possivelmente aquela que atravessa a ribeira da povoação.

As despercebidas muralhas do século XVI, do antigo castelo, denotam a defesa estratégica, importante na região.
O seu casario, a típica chaminé rendilhada Algarvia, o recém restaurado lavadouro, a pequena ribeira, os bonitos painéis azuis e amarelos, alusivos à história de Alcantarilha (como as cheias ocorridas em 1968), e as casas senhoriais são partes integrantes da vila.

Chaminé típica



Lavadouro


Painel decorativo


O seu exemplar mais significativo é, sem dúvida, a Quinta da Cruz que, actualmente, está adaptada a um complexo turístico rural denominado "Hotel Capela das Artes", um nome bem apropriado ao local.




Com efeito, depois de ter passado uma manhã a deambular pela vila, fui visitar o interior deste admirável hotel, prontamente recebida pelo Engº Oscar, o Director Comercial do mesmo (a quem muito agradeço).





Este hotel rural faz parte do património arquitectónico e histórico de Portugal, dispôe de 29 quartos climatizados, piscina, bar e sala de refeições anexadas ao edíficio principal, ao lagar de azeite, convertido em sala para organização de eventos (serões de música clássica, por exemplo) e ao poço que abasteceu Alcantarilha de água, durante séculos.


Antigo lagar de azeite

O edíficio principal apresenta uma construção com arquitectura do século XV e nele se podem apreciar os seus telhados em corte de tesoura, os bonitos e antigos móveis (um deles era o tronco de uma árvore com cinco séculos), as esculturas antigas e elementos de linhas mouriscas, os lindos candeeiros em ferro forjado, um quarto-museu com pinturas do proprietário (parece que o Rei D. Sebastião pernoitou aqui) e o lindissimo oratório interior, com cúpula em forma esférica, a precisar de restauro (a ser executado só por especialistas).


Esq: escultura na fachada frontal do edifício principal
Dir: móvel  efectuado num tronco de árvore, no edificio principal

Tecto da capela

E apesar de estar junto à estrada nacional 125 é supreendente a quietude e o isolamento dos vários locais, entre árvores autóctones da região como oliveiras e alfarrobeiras, as vistas para o azul do céu ou do mar e o chilrear dos passarinhos, num ambiente extremamente harmonioso.





sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Passeio por Lisboa 1!

Com bastante frequência vou à capital do país, quer por motivos particulares (prometo que depois eu conto, se der resultado), quer por motivos de viagem (embarcar no aeroporto e/ou servir de "base" para visitar o centro ou o norte do país ), mas voltar a Lisboa é sempre emocionante!
Num dos nossos passeios por Lisboa, em Outubro passado, estivemos na Baixa-Chiado, subimos no Elevador de Santa Justa, andamos de eléctrico e de funicular (no ascensor da Bica, um dos mais típicos da cidade e com mais de um século de existência) e fomos até à Assembleia da República, (eu) quase tudo pela primeira vez.

Como nunca tinha andando de eléctrico, optamos por um daqueles bem antigos, ruidoso (devido ao tilintar constante da campainha)  e agitado, num percurso bem turístico desde a baixa até Alfama, no eléctrico da carreira nº 28.




O Elevador de Santa Justa ou elevador do Carmo foi construído em ferro e liga a Baixa (a Rua de Santa Justa) ao Bairro Alto (pela Rua do Carmo), 30 m acima. Construída por um arquitecto Francês (um aprendiz de Gustav Eiffel, o autor da celébre Torre Eiffel), é a maneira mais fácil de chegar à parte alta da cidade.




Pormenor de motivos de filigrana na estrutura de ferro do elevador

Depois da subida no elevador e da passagem por uma apertada escada em caracol obtém-se uma vista soberba sobre...

...o Rossio que, com o nome oficial de "Praça de D. Pedro IV" (o primeiro Imperador do Brasil independente), é uma agitada praça, com cafés e o  Teatro D. Maria II (filha do rei de D.Pedro IV).




...o bonito castelo de S. Jorge.




...as ruínas da Igreja do Carmo: uma das maiores igrejas do seu tempo, até ser derrocada pelo terramoto de 1755, a única parte intacta, actual, abriga o Museu Arqueológico.







...a Sé de Lisboa e o Rio Tejo ao fundo.




Na Rua da Trindade pode-se ver a decoração em azulejos da fachada desta bonita casa, do século XIX, com figuras alusivas à ciência, agricultura, indústria e comércio.




O Palácio de S. Bento, conhecido como Assembleia da República, é a sede do Parlamento Português. Foi construído no final do século XVI como mosteiro, depois com a extinção das ordens religiosas como Palácio das Cortes. Posteriormente, foi denominado por Palácio do Congresso (1911-1933) e Palácio da Assembleia Nacional (1933-1974) até ficar com o nome actual, em memória ao antigo convento.






E por fim, subimos pelo Ascensor da Bica, desde o Largo de Calhariz até à Rua de S. Paulo, uma das ruas mais íngremes da cidade.






quarta-feira, 14 de setembro de 2011

FIESA

O FIESA (Festival Internacional de Esculturas em Areia) é uma grande exposição de esculturas em areia única no mundo, quer pelo tamanho, quer pela área ocupada pelas mesmas. Cerca de 35000 toneladas de areia são trabalhadas, por vários artistas de diferentes nacionalidades, numa área de 15000 metros quadrados. Este ano, o FIESA está na sua 9ª edição (existe um tema diferente para cada ano) e é subordinada ao tema: Animalândia, que mistura animais e personagens de ficção com bastante humor. Aberto desde 15 de Abril até 15 de Outubro, só este mês é que consegui ir visitar esta lindissima exposição, que a partir de amanhã começa a fechar às 20.00H (nos meses de Verão esteve aberto até às 23.00H).

















A escultura vencedora

Mas a minha favorita era esta...


E em menos de duas horas, a ver estas lindas esculturas de areia, fomos embora, não antes de termos visto um bonito pôr do sol e quase termos sido devorados pelos mosquitos!


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Museu Nacional dos Coches

O Museu Nacional dos Coches foi criado, inaugurado em 1905, pela Rainha D. Amélia (mulher de D. Carlos I, penúltimo rei de Portugal). O local escolhido para a sua instalação foi o edificio do Picadeiro Real do Palácio de Belém, junto à actual residência oficial do Presidente da República e situado próximo do Rio Tejo. Este edificio servia, na altura, como depósito de 29 viaturas da Casa Real. Depois da implementação da República, em 1910, a colecção foi aumentada e feita a sua ampliação (por falta de espaço) com a criação de um anexo no Paço Ducal de Vila Viçosa (ver post Alentejo I).


Entrada do Museu

Num dos museus mais visitados em Portugal (em 2009 foi visitado por mais de 197 mil pessoas), os coches feitos em Portugal, Itália, França, Aústria e Espanha abrangem 3 séculos e tornam-no detentor de uma colecção única no mundo.

A galeria principal é ocupada por duas filas de coches da realeza Portuguesa.




O tecto, lindíssimo, da sala principal apresenta 3 medalhões ovalados: o primeiro com a figura de um cavaleiro (símbolo de Portugal) que está rodeado por 4 figuras femininas, os continentes, identificados por animais (cavalo-Europa, camelo-Ásia, crocodilo-África e arara-América). O segundo, com uma figura feminina segura uma cornucópia (símbolo da abundância e prosperidade) e tem a seus pés, o escudo das armas de Portugal. O terceiro e último, é uma figura que conduz um carro puxado por 2 leões, e simboliza a guerra.




Esta colecção inclui: coches, berlindas (mais leves e rápidas que os primeiros), carruagens, carrinhos de passeios, seges (carruagem de 2 rodas com um só assento), liteiras (caixa com 2 assentos, suportada por 2 varões laterais que sustentavam o peso da caixa e transportadas por animais de carga), cadeirinhas e carrinhos para crianças.


                                                                      Exemplares de Coches



Exemplares de liteiras (atrás: uma antiga e à frente: uma de 2011)


Um dos coches mais bonitos e majestosos, da embaixada do Marquês de Fontes ao Papa Clemente XI, foi construído em Roma, em 1716. Trata-se de uma viatura única com imponentes alçados alusivos aos Descobrimentos e Império Português, com várias figuras em tamanho natural e forradas a folha de ouro. As duas figuras (em baixo) dão as mãos e simbolizam a ligação dos dois Oceanos (Atlântico e Índico) com a passagem do Cabo da Boa Esperança.




Encontram-se, ainda presentes no local, uma coleção de objectos de arreios de cavalaria, armaria, acessórios de cortejo, tapeçarias, uma série de retratos a óleo dos monarcas da dinastia de Bragança e proprietários das viaturas, presentes no museu, assim como a carruagem utilizada no assassinato de D. Carlos e do príncipe herdeiro: D. Luís Filipe.

Objectos de cavalaria


Exposição de tapeçarias


Retrato de D. Amélia



Carruagem (em baixo, à direita, as marcas das balas bem visíveis)


Morada: Praça Afonso de Albuquerque, Belém (fomos de metro até ao Cais do Sodré e depois de comboio até Belém). Horário: das 10h às 18h (última entrada: até às 17h, gratuito aos Domingos de manhã e encerra às Segundas). Preço: 5€.
Neste momento, está a ser construído um novo edificio, próximo a este, a ser concluído no próximo ano para albergar todas as viaturas e até uma oficina de restauro das mesmas.

Em Belém provamos o pastel de cerveja (sim, leram bem...não era de Belém mas sim de cerveja, é parecido com o pastel de feijão)  e descansamos um pouco no jardim do Ultramar, como os demais, numa das zonas mais bonitas e calmas da região de Lisboa.