O Museu Nacional dos Coches foi criado, inaugurado em 1905, pela Rainha D. Amélia (mulher de D. Carlos I, penúltimo rei de Portugal). O local escolhido para a sua instalação foi o edificio do Picadeiro Real do Palácio de Belém, junto à actual residência oficial do Presidente da República e situado próximo do Rio Tejo. Este edificio servia, na altura, como depósito de 29 viaturas da Casa Real. Depois da implementação da República, em 1910, a colecção foi aumentada e feita a sua ampliação (por falta de espaço) com a criação de um anexo no Paço Ducal de Vila Viçosa (ver post Alentejo I).
Entrada do Museu |
Num dos museus mais visitados em Portugal (em 2009 foi visitado por mais de 197 mil pessoas), os coches feitos em Portugal, Itália, França, Aústria e Espanha abrangem 3 séculos e tornam-no detentor de uma colecção única no mundo.
A galeria principal é ocupada por duas filas de coches da realeza Portuguesa.
O tecto, lindíssimo, da sala principal apresenta 3 medalhões ovalados: o primeiro com a figura de um cavaleiro (símbolo de Portugal) que está rodeado por 4 figuras femininas, os continentes, identificados por animais (cavalo-Europa, camelo-Ásia, crocodilo-África e arara-América). O segundo, com uma figura feminina segura uma cornucópia (símbolo da abundância e prosperidade) e tem a seus pés, o escudo das armas de Portugal. O terceiro e último, é uma figura que conduz um carro puxado por 2 leões, e simboliza a guerra.
Esta colecção inclui: coches, berlindas (mais leves e rápidas que os primeiros), carruagens, carrinhos de passeios, seges (carruagem de 2 rodas com um só assento), liteiras (caixa com 2 assentos, suportada por 2 varões laterais que sustentavam o peso da caixa e transportadas por animais de carga), cadeirinhas e carrinhos para crianças.
Exemplares de Coches
Um dos coches mais bonitos e majestosos, da embaixada do Marquês de Fontes ao Papa Clemente XI, foi construído em Roma, em 1716. Trata-se de uma viatura única com imponentes alçados alusivos aos Descobrimentos e Império Português, com várias figuras em tamanho natural e forradas a folha de ouro. As duas figuras (em baixo) dão as mãos e simbolizam a ligação dos dois Oceanos (Atlântico e Índico) com a passagem do Cabo da Boa Esperança.
Encontram-se, ainda presentes no local, uma coleção de objectos de arreios de cavalaria, armaria, acessórios de cortejo, tapeçarias, uma série de retratos a óleo dos monarcas da dinastia de Bragança e proprietários das viaturas, presentes no museu, assim como a carruagem utilizada no assassinato de D. Carlos e do príncipe herdeiro: D. Luís Filipe.
Exposição de tapeçarias |
Retrato de D. Amélia |
Carruagem (em baixo, à direita, as marcas das balas bem visíveis) |
Morada: Praça Afonso de Albuquerque, Belém (fomos de metro até ao Cais do Sodré e depois de comboio até Belém). Horário: das 10h às 18h (última entrada: até às 17h, gratuito aos Domingos de manhã e encerra às Segundas). Preço: 5€.
Neste momento, está a ser construído um novo edificio, próximo a este, a ser concluído no próximo ano para albergar todas as viaturas e até uma oficina de restauro das mesmas.
Em Belém provamos o pastel de cerveja (sim, leram bem...não era de Belém mas sim de cerveja, é parecido com o pastel de feijão) e descansamos um pouco no jardim do Ultramar, como os demais, numa das zonas mais bonitas e calmas da região de Lisboa.
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