quarta-feira, 4 de setembro de 2013

No mundo de Gutenberg...



Sempre gostei muito de história, desde pequena! Quando estava no oitavo ano do secundário o prof. mandou-nos fazer um trabalho sobre o renascimento que eu adorei, pois a par das inúmeras dinastias monásticas, é, sem dúvida, uma das minhas épocas favoritas.
E ao planear a nossa viagem à Alemanha eis que surgiu a oportunidade de visitar o museu de Gutenberg, na sua terra natal: Mainz!

Durante séculos, o homem escreveu sobre pedra e em papiro e antes de inventar o alfabeto representava as ideias à base de figuras, como os hieróglifos no antigo Egipto. Inventado o alfabeto, a escrita feita à mão era efetuada por escravos na antiguidade e depois, mais tarde, por monges no período medieval.

Contudo, nessa época, cada exemplar de livro apresentava um elevado custo não só pelo material escasso e raro, o pergaminho, como também pelo tempo despendido no mesmo, por ser feito totalmente à mão (o meu trabalho de história consistia num livro assim e deu um valente trabalhão, apesarem de serem apenas meia dúzia de folhas escritas imitadas com antigos caracteres).

Mas, depois, Gutenberg, reconhecido como o "pai" da imprensa, com o seu invento dos carateres metálicos móveis revolucionou completamente o mundo da escrita e da "informação".




Johannes Gensfleisch zum Gutenberg nasceu, no século XIV, em Mainz (em português: Mogúncia) e era filho de um comerciante rico, presumivelmente o ourives do bispo da localidade. A sua atividade inicial de joalheiro facultou-lhe os conhecimentos necessários e a habilidade técnica no trabalho dos metais, metais esses que iriam alterar a sua e milhões de outras vidas, com a produção "em massa" de livros.

Em frente da rosada e grande catedral da cidade, na praça central, bem antiguinha, encontra-se o interessante museu de Gutenberg, uma das principais atrações de Mainz.




Com entrada paga, este museu remete-nos inicialmente à oficina de Gutenberg, com a sua prensa de madeira. Este foi o primeiro instrumento utilizado para imprimir e consistia numa prancha inferior sobre a qual se encontravam a matriz com os carateres, compostos, que depois eram atintados (consoante ou não com diferentes cores).
Os tipos móveis (as "letras") eram preparados em matrizes de cobre e a base da impressão.



Por meio de um sistema de parafuso, a prancha superior descia até pressionar o papel contra a prancha inferior.



Após termos visto uma série de máquinas de impressão dos últimos séculos, observamos uma demonstração da técnica de impressão, com explicações em alemão e inglês, do século XV.

No andar seguinte encontram-se vários livros raros, entre os quais se incluem dois exemplares da bíblia, dos poucos restantes do mundo, impressos por Gutenberg. No "Livro dos Salmos", o maior livro de toda a bíblia, o primeiro a ser impresso a cores, estão reunidos os textos sagrados do povo hebraico, sendo aceite pelas três maiores religiões monoteístas (adoração a um só deus) do mundo.


Com a invenção de Gutenberg, o conhecimento deixou de fazer parte apenas dos conventos e chegou rapidamente às cortes, aos palácios e às oficinas artesanais, deixando de estar restringido só a alguns. Os novos ideais difundiram-se através dos livros e daí surgiram as primeiras coleções e consequentemente ao aparecimento das bibliotecas, ficando estes acessíveis a  quase todos!


No próximo post, a não perder: afinal, não é preciso ir para as Maldivas já que o paraíso está aqui tão próximo!

2 comentários:

  1. Eu estou a frequentar História, pelo que adorei este post, claro!

    fiquei com uma pontinha de inveja, daquela boa, um dia serei eu a visitar Mainz :)

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    1. Ainda bem que gostou Tétisq. Beijo grande e obrigada pelo seu comentário.

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