sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Rouen, a "cidade" de Jeanne d'Arc

Gros-Horloge

Cansados da França? Pudera...mas este vai ser o último post sobre este país (pelo menos nesta viagem). Rouen ficou para o fim, porque realmente foi mesma a última cidade visitada por nós, antes de embarcarmos no aeroporto de Paris-Beauvais, a 80 Km.

Devo dizer que Rouen acolheu muitos estrangeiros, principalmente Portugueses (como os meus tios há quatro décadas atrás), para aí trabalharem e por isso é natural que sinta um certo carinho por esta cidade.

Igreja de Saint-Maclou

Rouen, embora possuidora de numerosas igrejas (como a bonita igreja de Saint-Maclou, em estilo gótico do século XV), tem a mais alta catedral da França, com 151 metros de altura:  a catedral de Notre-Dame de Rouen, imortalizada por Monet em muitas das suas pinturas. Esta fica no coração da parte histórica e assenta nas fundações de uma antiga basílica do século IV.




Reconstruída, posteriormente, após a destruição durante as invasões Vikings no século IX e após os bombardeamentos em 19 de Abril de 1944, na segunda guerra mundial pelos aliados, esta catedral alberga os túmulos dos duques da Normandia.








O Gros Horloge, o monumento mais conhecido da cidade, é um campanário gótico dotado de uma arcada, um quadrante renascentista e com um mecanismo de relojoaria muito antigo que funcionou do século XIV até...1928. Neste dourado e bonito relógio podem ser vistas além das horas, os dias da semana e até as fases da lua.




Mas certamente que ninguém consegue ficar indiferente à história real de Jeanne d'Arc, aqui queimada viva no dia 30 de maio de 1431, lugar hoje marcado por uma grande cruz. Perto está a igreja com o seu nome, igreja de design moderno com a forma de barco, onde se pode venerar a santa e heroína, com os seus bonitos vitrais em formato de peixe e outros da antiga igreja de São Vicente, da época do Renascimento.





A Jeanne d'Arc (ou Joana d'Arc) é considerada a padroeira da França e heroína na guerra dos 100 anos. Filha de camponeses, familia simples e humilde, Joana convenceu o rei a comandar um exército de 4000 homens e com ele obteve a vitória em Orleáns, em 1429. Um mês depois, conduziu o rei Carlos VII até Reims, onde foi coroado e assim renasceram as esperanças dos Franceses, na libertação do domínio Inglês.

Contudo, depois Joana foi ferida e em 1430, capturada e vendida aos Ingleses, sendo transferida para Rouen. Presa e constantemente vigiada, Joana foi morta, acusada de assassinato e heresia, antes de ter completado 20 anos de idade.




Esta cidade, capital da normandia e uma das maiores cidades do norte da França, é constituída por clássicas mansões e bonitas fachadas pitorescas das casas com as suas vigas de madeira que parecem desafiar o tempo...




...como por exemplo: La Couronne, a mais antiga pousada da França (1345), que hoje é um reconhecido e prestigiado, histórico, restaurante gourmet.




Mas esta cidade, plantada à beira das margens do rio Sena, com edificios muitos antigos mas bem preservados e de arquitetura peculiar, possui muitos museus (e muitos deles fechados à terça-feira) que ficaram por ver.








Acabamos o dia a ver o Jardin des Plantes, um jardim botânico, bastante bonito, com 8,5 hectares e vários viveiros de plantas e grandes roseirais, não sem antes nos deliciarmos com macarrons e apetitosas frutas.




Et au revoir France!


Nos próximos capítulos não perca as nossas aventuras na ilha de S. Miguel, considerada a ilha mais verde de todas, do arquipélago dos Açores.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Na cidade luz: Paris (parte II)



Uma imagem vale por mil palavras! E esta foi a vencedora das muitas fotos que tiramos enquanto estivemos na Tour Montparnasse, após um farto repasto, a assistir ao por do sol.

Decepção?! Talvez não...afinal estavamos em Paris, a capital da elegância e palco das grandes revoluções que marcaram o mundo.  A cidade do romance, do amor e das luzes...e embora não houvessem assim tantas "luzes" como estavamos à espera (na verdade Paris recebeu essa denominação por ter sido a primeira cidade a ter iluminação eléctrica nas ruas) foi maravilhoso assistir ao espectáculo de luz na Tour Eiffel, essa torre de ferro que gerou tanta polémica no século XIX, quanto esta.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Em Versailles...





E se em Paris não tinhamos entrado em nenhuma das atrações no primeiro dia, no dia seguinte não perdemos a oportunidade de visitar Versailles, com o seu opulento palácio e jardins magníficos. A pequena cidade é calma e muito charmosa. Antes de entrarmos no populoso palácio (sim, porque haviam tantas pessoas no palácio que parecia que estavamos na capela Sistina, em pleno Vaticano) passamos pelo mercado local, onde vimos o comércio tradicional de bonitas flores e coloridas frutas.






Imponente, grandioso, luxuoso, esplendoroso, exuberante...são apenas alguns dos adjetivos (e não exagerados) que não chegam para definir o rico palácio de Versailles, símbolo da monarquia absolutista. Chegou a ser centro do poder político e até residêncial real, de 1682 até 1789, altura em que a familia real foi obrigada a voltar para Paris, após o início da revolução Francesa.






O antigo palácio, feito de tijolo e pedra, do rei Luís XIII foi ampliado pelo seu filho Luís XIV, a partir de 1661, que continuou até depois da sua morte (1715) pelos reis seguintes. A cidade foi edificada em redor do mesmo e é enorme a diversidade de hotéis, praças, igrejas e ruas bem antigas.






A partir do átrio real, com os seus enormes e dourados portões, podem ser realizados vários circuitos de forma livre ao interior do palácio (e mesmo comprando os bilhetes na net, preparem-se para as filas para entrar no mesmo, especialmente se for ao fim de semana), pelos jardins e bosques e aos palacetes (Grand e Petit Trianon). Funciona das 09.00h às 17.30h (às 18.30H no Verão), todos os dias à exceção da segunda-feira, dia do seu encerramento.






A arquitetura e a grandiosidade do palácio é impressionante. Senão, vejamos: 700 quartos, 2153 janelas, 67 escadarias, 352 chaminés, 1250 lareiras, mais de 6000 pinturas e mais de 2000 esculturas tornam este palácio, um dos maiores da Europa e do mundo, atraindo mais de 8 milhões de visitantes por ano.














O aposento que mais gostei foi, sem dúvida, o quarto da rainha, deixado no estado original após a decapitação da rainha Maria Antonieta.






Mas o que realmente estava com grandes expetativas era ver a "galeria dos espelhos", uma ampla sala com 73 metros de comprimento e 13 metros de largura. Com 357 espelhos, esta sala representa a glória do rei Luís XIV.  Também, foi assinado nesta sala o "Tratado de Versailhes", em 1919, pondo assim fim à primeira guerra mundial.





No interior do palácio, as vistas são maravilhosas para os jardins rigorosamente geométricos, absolutamente simétricos e excelentemente bem cuidados.








Estes jardins, concebidos por André Le Nôtre, em 1661, são constituídos por bosques, estátuas, lagos, canais e fontes espalhados numa vasta área de 700 hectares.











Em 1670, o rei Luís XIV depois de arrasar a aldeia de Trianon decidiu aí construir um pequeno edifício para se refugiar da corte instalada no palácio principal: o Grand Trianon.









O Petit Trianon foi mandado construir posteriormente pelo rei Luís XV para a sua amante, Madame de Pompadour, tendo esta morrido sem ver a obra terminada. Com a morte do rei Luís XV, Luís XVI ofereceu-o à sua esposa Maria Antonieta.


Quadro de Maria Antonieta


Como Versailles fica a 20 km do sudoeste da capital Francesa, fomos de comboio a partir da gare de Paris Saint-Lazare para Versailles-Rive Droite (a estação mais próxima do palácio), de manhã, e à tarde saímos de Versailles-Chantiers para Paris Montparnasse, já que a nossa noite, nesse dia, ia terminar aí...não deixe de conferir no próximo post sobre Paris.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Na cidade luz: Paris (parte I)





Como só iamos ficar dois dias em Paris e outro em Versalhes, optamos por curtir um pouco da cidade e não entrar na onda de ficarmos horas em filas quilométricas para visitarmos as principais e concorridas atrações da capital (ainda para mais foi impossível comprar os bilhetes para subir a Tour Eiffel na net).

Bastava-nos ver as fachadas dos edificios exuberantes das lojas comerciais (e conhecer o interior de uma delas, como a Sephora dos Champs Ellysees,  que eu estava louquinha por conhecer), as ruas distintas e espaçadas, os bonitos jardins, as delicadas esculturas e as comidinhas nos bistrôs como os deliciosos macarrons (são bolinhos feitos de amêndoa e clara de ovo, recheados com creme, que podem ser de diferentes cores e sabores como rosa, pistachio, café, baunilha, tangerina, limão, violeta...nham...nham).






Depois do check-in no minúsculo e "invulgar" hotel (o hotel Vivienne está bem localizado, centralmente, é verdade, mas quando dizia com duche, nunca pensei que a sanita ficasse na casa de banho, fora do quarto) fomos passear até ao rio Sena, passando pelo Louvre.


O Louvre é um dos museus mais visitados (em 2011, recebeu quase nove milhões de visitantes) e um dos maiores do mundo.






O seu pátio central está ocupado por uma enorme pirâmide de vidro, em linha com os Champs- Élysées.









Passamos pela Pont des Arts, a mais antiga ponte metálica de Paris (1802-1804), ponte essa pedestre que liga as duas margens do rio Sena. É também designada como "ponte dos cadeados" por causa das centenas de cadeados existentes, trancados por casais de namorados que depois atiram as respetivas chaves no rio, com a esperança de um amor eterno.





Fomos até ao bairro Saint-Germain,  não sem antes vermos o Institut de France, um bonito edíficio governamental, responsável pela educação pública e onde estão reunidas cinco academias bem famosas (Francesa, inscrições e belas letras, ciências, belas artes, ciências morais e políticas).






Depois do almoço, fomos passear pelo Jardin des Tuileries, o primeiro jardim real a ser aberto ao público, em 1667, um século depois de ter sido mandado construir, por Catarina de Médicis (ver post sobre Chenonceau). É o local propício para o relaxe, o passeio e o divertimento dos locais.




A seguir, a Place de la Concorde, uma das maiores praças públicas onde muitas pessoas foram decapitadas com guilhotina, como por exemplo o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta, durante a revolução Francesa. O centro da praça é ocupado por este alto obelisco egípcio.



 


No extremo oeste dos Champs-Élysées, está o Arc de Triomphe, um dos monumentos famosos da capital com 50 metros de altura, situado no centro de doze vias  (imaginem só a confusão de carros e pessoas). Foi mandado construir para comemorar as vitórias napoleónicas, em 1806, mas só inaugurado trinta anos depois.



Depois da passagem por umas ruelas, bem sujas e degradadas, chegamos ao pé da gigante dama de ferro: a Tour Eiffel. Erguida em 1889, por ocasião da inauguração da feira mundial de 1889, é a estrutura mais alta de Paris (com 320 metros de altura) e o monumento pago mais visitado (no ano passado houve mais de 7 milhões de visitantes).








Acabamos o final do primeiro dia na zona de Trocadero a ver a Tour Eiffel, antes de apanharmos o metro para o hotel, onde ficamos a assistir ao primeiro jogo (e derrota) da selecção Portuguesa no europeu (eu bem que tentei ver mas o cansaço era tanto que acabei por adormecer, afinal estavamos já no oitavo dia da nossa viagem, muito boa por sinal).