sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Armação de Pêra

Um calor...mas hoje é dia 25 de Fevereiro...pois...mas estamos no Algarve!
Um calor...uma vista fantástica...o mar em frente...o céu azul sem uma única nuvem...umas ondas porreiras para fazer surf...uma maravilha. Não é à toa que dizem que o Algarve é o segredo mais famoso da Europa, que é um paraíso, um refúgio e tem das melhores praias da Europa (já estive nas praias de Benidorme, Barcelona e Mónaco e a meu ver também concordo com isso).
As praias do Algarve foram "descobertas" no século XX pelos veraneantes atraídos pelo seu clima temperado mediterrânico (Invernos amenos e Verões longos) e pelas suas paisagens únicas e deslumbrantes.

Fartei-me de estar em casa...fui dar uma volta...tirar umas fotos...em Armação de Pêra.
Notei o contraste entre os prédios (muito bem cuidados) e as casas antigas (cheios de grafittis e semi-abandonadas), entre a tradição e a indústria de betão que nos dá o pão, entre as pessoas da terra encasacadas e os estrangeiros de calção, de chinelos e t-shirt.
Descobri um doce novo: a rendinha (basicamente é a parte de cima da tarte de amêndoa). Mas não me apeteceu, está muito calor para isso. Apeteceu-me mais uma bebida fresca: um batido de morango, numa pastelaria reaberta hoje. Pessoas de bikini e a tomarem banho (Deus me livre...água fria não é para mim e em pleno Inverno!), o som das gaivotas, a brisa do ar do mar na cara...tão bom! Depois estive a ver os inúmeros restaurantes fechados e os outros abertos com menus a partir dos 10€ com peixe e marisco fresco.
Armação de Pêra: uma terra de pescadores (parece que a lota daqui vai fechar, confidenciou-me o dono da pastelaria) ou uma terra de turismo, eleita pelo seu longo areal e águas tépidas?
Armação de Pêra, uma terra de contrastes!
As fotos estão ai...










terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Palácio de Queluz

O palácio Real de Queluz ou palácio Nacional, pertencente ao concelho de Sintra, foi uma das mais importantes residências de todo o reino. Contudo, no século XVII, Queluz não passava de uma aldeia pobre sem qualquer importância, até ser propriedade real.

A obra iniciou em 1747 aquando do anúncio de casamento entre D. Pedro III com a sua sobrinha D. Maria I, tendo sido residência de férias até 1794. Após o incêndio do Palácio da Ajuda, ficou como morada permanente da realeza.


Neste palácio viveram D.João VI e D. Carlota Joaquina,  tendo alguns dos seus filhos nascido aqui, como por exemplo D. Pedro IV (e D. Pedro I, primeiro imperador do Brasil) que nasceu e morreu no quarto D. Quixote.

Propriedade do Estado Português desde 1908, este palácio apresenta uma grande quantidade de obras valiosas: mobiliário, tapetes (Arraiolos), esculturas, telas de pintura reais, uma vasta e diversificada colecção de porcelanas europeias e chinesas assim como de louçaria.

Dos 22 aposentos visitáveis ao público o que mais gostei foi o quarto império da princesa D. Maria Francisca Benedita, irmã de D. Maria e que casou com o primogénito desta (D. José).
Desde 1957 é residência oficial dos chefes de Estado.

Junto ao Palácio

Entrada do Palácio


 
Sala do Trono


Um pormenor da sala do trono
Sala da música
Altar mor da capela


Quarto Imperio da princesa D. Maria Francisca Benedita
Louçaria Real

Corredor dos azulejos

Coche


Sala dos embaixadores

Tecto da sala dos embaixadores
Sala do despacho

Quarto D. Quixote

Tecto do toucador da rainha


Toucador da rainha




(Atualizado em Agosto 2012)


Mafra

No dia seguinte fomos visitar Mafra. Um convento, palácio, igreja, biblioteca, escola de infantaria...tudo reunido num só lugar.

Fachada do edificio (pode-se estacionar facilmente na frente do mesmo)

O convento de Mafra resulta de uma promessa feita por D. João V para obter descendência, após 8 anos de casamento com D. Maria Ana de Áustria, no século XVIII. Projectada e concebida em estilo barroco Italiano pelo Alemão Ludovici, a igreja apresenta a forma de cruz latina e a 1ª cúpula octogonal em Portugal.
Desenvolveu-se simetricamente a partir de um eixo central: a basílica.

Fachada da basílica

Entrada da basilica

Pormenor de uma torre

Construído em pedra lioz da região de Sintra e Pero Pinheiro, empregou muitos operários, tendo chegando a empregar cerca de 50000 num mesmo ano.


Tecto em pedra lioz

A ideia original era albergar treze frades Franciscanos num pequeno convento. Contudo, o abundante ouro obtido no Brasil deu para fazer uma  tal grandiosidade de monumento, que deu para albergar trezentos frades.

A primeira pedra do local foi colocada em 1717 por D. João V tendo sido apenas consagrada 13 anos mais tarde, no 41º aniversário do rei, dedicada a nossa Senhora e Stº António, numa festa que durou 8 dias inteiros.


Estátua de D. João V

Utilizado, apenas, pela familia Real como residência na época da caça na tapada,  foi só em 1807 que D. João VI o utilizou como residência permanente, antes da partida da corte para o Brasil devido às invasões Francesas. D. Manuel II (último rei Português) partiu, a partir daqui, para o exilio para Inglaterra, em 1910.
Este edificio tem uma área de quase 38 000 metros quadrados, com 1200 divisões, mais de 4700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios. Constituida por 3 pisos e uma simetria admirável e milimétrica, possui esculturas lindissimas (fizeram-me lembraram as de Florença em Itália), jardins soberbos e possui uma das mais importantes bibliotecas portuguesas com 40 000 obras (escritas em Latim, Francês e Português arcaico, bem que tentamos ler alguma coisa mas estava dificil...haha). Conseguimos tirar algumas fotos do interior mas sem flash.

Antigo hospital
(o altar-mor, no meio, facultava aos doentes de assistirem à missa)
Interior de uma cela de um enfermeiro
Biblioteca


Quartos




Sala da caça

Sala de jogos


Sala amarela

Capela


No jardim

O bilhete é gratuito ao Domingo de manhã. Nos restantes dias paga-se 6€, à excepção de Terça que se encontra encerrado, a abertura é das 10 às 17h. Existem concertos de carrilhão às 16h de Domingo e a visita ao mecanismo do carrilhão às 15h15. Os dois carrilhões, vindos da Antuérpia, encomendados por D. João V, em 1730, custaram 800 contos e conta com 47 sinos no carrilhão da torre sul e 45 sinos no carrilhão da torre norte.
Existem autocarros da Mafrense com partidas de Sintra, Ericeira e Campo Grande em Lisboa.


Depois desta visita fomos passear pelas ruas de Mafra, vimos e compramos os pastéis tradicionais de Mafra (Fradinhos), constituidos por uma massa bem tenra e um recheio divinal de gemas, açúcar, amêndoa e feijão branco. No fim-de-semana em que fomos havia a mostra gastronómica dos sabores da Tapada Real no concelho de Mafra, assim haviam vários restaurantes que serviam peças de caça apanhadas na tapada (gamo, veado e javali). Experimentamos o javali em vinha d'alhos que estava muito saboroso!







Palácio da Pena

O fim-de-semana passado começou à meia-noite quando saimos em direcção a Lisboa. Como a chuva não deixou de cair toda a noite e de manhã, aproveitamos para ir almoçar e conhecer o Dolce Vita Tejo, situado perto da Amadora.
Depois à tarde o S. Pedro brindou-nos com um solinho gostoso e fomos para Sintra, ver em particular o Palácio da Pena, um opulento (e um dos mais bonitos) palácio(s) datado do século XIX.


Fachada exterior do palácio

Relógio de sol

No século XII havia nesse local uma capela dedicada à nossa Srª da Pena. Em 1503 foi mosteiro doado à ordem de S. Jerónimo, por D. Manuel I e depois do terramoto (1755), em 1842-54 foi recuperado e construído o palácio por D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, marido da rainha D. Maria II.
Após a implementação da República foi convertido num museu, embora em 1889 a aquisição do parque e do palácio fosse já do Estado Português.
Em 1995 a UNESCO classificou a serra de Sintra, onde o palácio está inserido, como paisagem cultural-património da humanidade.


Vista de Sintra a partir do palácio da Pena

O interior do edificio é majestoso: paredes forradas a seda ou pintadas com ilusão de profundidade, vitrais riquíssimos vindos da Alemanha, ilustres capelas, louçaria real esplêndida, cozinha com objectos de cobre e utensílios usados na preparação de grandes banquetes,  retratos do rei D. Manuel II, telas pintadas pelo próprio D. Carlos, a presença de uma casa de banho com bidé, sanita e banheira...um património incalculável.

 Os últimos reis que habitaram o palácio foram: D. Pedro V e D. Estefânia (1853-1861), D. Luis I e D. Maria Pia (1861-1889), D. Carlos I e D. Amélia (1889-1908) e D. Manuel II (1908-1910).


Pórtico alegórico com tritão

O tritão (representado por meio homem e meio peixe) simboliza a criação do mundo.




Claustro Manuelino (o antigo mosteiro do séc. XVI
 foi revestido com azulejos hispano-árabes)

Brasão de armas de D. Fernando





O minarete



Para variar não podemos tirar fotografias do interior e também não tivemos tempo para visitar o restante parque da Pena. Com 85 hectares e um cenário botânico deslumbrante, a sua riqueza natural e as suas vistas levaram-nos a um cenário mágico e único, digno de um conto de fadas!




Em Sintra fazia um tempo magnífico, sem o excesso de calor de Lisboa. Os passeios à Pena eram quase diários. Definitivamente, era um sitio "encantador" e o seu querido Fernando não podia ter tido melhor ideia do que construir lá um palácio. D. Fernando apaixonara-se pelo local e pela ruína do antigo mosteiro dos monges de São Jerónimo, fundado por. D. Manuel I, e comprara o convento e a cerca da Pena logo em 1838. O local era de dificílimo acesso e a estrada para lá chegar só ficou pronta em 1840. Em 1841 começou o arranjo dos espaços exteriores, nomeadamente do parque, e a implantação dos jardins. A construção do palácio propriamente dito só se iniciou em 1844 e em 1853 ainda não estava concluída. Neste ano D. Maria encontrou "grandes progressos nas plantações. Fizeram-se pequenos jardins deliciosos, verdadeiras jóias".

Extraído do livro: "D. Maria II", de Maria de Fátima Bonifácio, editora Círculo de Leitores. p.248

(Atualizado em Agosto de 2012)