quinta-feira, 30 de junho de 2011

Para Doncaster...e depois Algarve!

Foi bonito ver a paisagem entre a Escócia e a Inglaterra, com os seus campos verdejantes e cheios de casinhas e animais (o cenário é tipo "figurinhas de presépio com musgo à volta"). Paramos na fronteira e vimos a muralha de Adriano (o nome foi dado em homenagem ao imperador Romano com esse nome). Esta é uma fortificação feita de pedra e madeira, construída no século II, pelas tropas Romanas para a defesa do território já conquistado (actual Inglaterra) das tribos que habitavam o norte da ilha (actual Escócia).


Fronteira da Escócia com a  Inglaterra

Depois das peripécias ao tentar encontrar o hotel em Abeford (o telemóvel deixou de ter sinal, assim ficamos sem GPS, com pouca gasolina no carro e depois quando finalmente chegamos, pensavamos nós, descobrimos que afinal existiam dois Holiday Inn  no local) e de uma noite mal dormida (o quarto era bom, mas o alarme de incêndio de um dos quartos disparou a meio da noite...provavelmente devia ser alguém a fumar...), no dia seguinte estavamos tão exaustos que, antes de irmos para o aeroporto, fomos passear apenas, e por último, em Doncaster.

Doncaster é uma cidade de Yorkshire, construída sobre um forte Romano do século I e é a principal via entre Londres e Edinburgo.

Visitamos a igreja principal e um mercado de legumes e de peixe, metemos-nos nas ruelas, vimos os bonitos edificios, comemos mais uns pastéis da Cornualha e os tradicionais scones (nem sabia que haviam scones integrais...), antes de entregarmos o carro alugado e embarcarmos no aeroporto.








A igreja de St. George é muito bonita, tanto por dentro (com lindos vitrais) como por fora e foi reconstruída em 1858, por Sir George Scott, a partir de uma antiga igreja incendiada do século XII.





Vitral e fachada principal da Igreja

O aeroporto Robin Hood  está situado a 6 Km a sudeste de Doncaster. Foi fundado em 1915, fechou em 1995 e reabriu 10 anos depois. Os voos a partir daqui para Faro são bem recentes (só existem há dois anos pela Ryanair). Tivemos ainda tempo para beber o último hot chocolat e treinar o nosso Inglês com um casal de cidadãos Britânicos muito simpáticos (aliás todas as pessoas foram extremamente bem educadas e simpáticos connosco em toda a Grã-Bretanha).


Escultura à entrada do aeroporto

E regressamos felizes da vida, para Faro, por voltar ao clima algarvio e conduzir pela direita (principalmente o meu marido...haha...) depois de ter conhecido as terras de sua majestade, o seu mundo, a sua cultura e um pouco da sua história!



terça-feira, 28 de junho de 2011

Edinburgh, capital da Escócia

Edinburgh, considerada como "uma das cidades mais vibrantes da Europa", capital da Escócia desde o século XV e situada na margem sul do Rio Forth, apresenta duas zonas distintas: a zona antiga medieval (classificada como Património da Humanidade em 1995) e o esplendor da zona nova de estilo georgiano (com fachadas de linhas direitas e simétricas). A North Bridge (1772) é a principal ligação entre ambas.


Vista da zona antiga e North Bridge


Uma das vistas do castelo sobre a zona nova

De grande riqueza histórica, mas não perdida no tempo, esta cidade é ao mesmo tempo moderna e cheia de atracções, onde o novo e o velho se conjugam em harmonia.


Fachada do hotel The Glasshouse

Ficamos hospedados duas noites numa pequena mas boa residencial (Adelphi Hotel)  na zona de Leith, situada junto ao porto de Edinburgh. Por apenas 35 £ por noite, tivemos direito a um amplo quarto com cama de casal e casa de banho privativa.

O nosso quarto (simples mas muito romântico)

A partir de Leith, percorremos as imensas ruas, a pé, vendo os edificios bonitos (muitos deles foram restaurados há pouco tempo...bares, igrejas, catedrais, hotéis...) e as modernas esculturas  até ao castelo.


Figuras da fachada de um bar
Fachada de edificios


Fachada da entrada de uma igreja



A sua principal atracção é, sem dúvida, o castelo medieval que domina o horizonte da cidade mas existe um outro que é a residência oficial da Rainha na Escócia: Holyrood Palace. Este último foi construído pelo rei Jaime IV, nos terrenos de um convento, no século XV, tendo sido remodelado depois no século XVII por D. Carlos II (o marido da nossa Catarina de Bragança, que não deixou descendentes).

Holyrood Palace (vista a partir de Calton Hill)


 O castelo medieval está situado no centro de um vulcão extinto e possui vários edificios desde o século XII até ao século XX, tendo servido como fortaleza, residência real (até 1603) e até como prisão.

Fachada do enorme castelo medieval

E a partir das muralhas tem-se uma vista fantástica sobre toda a cidade com os seus imensos edificios acinzentados, com o rio no fundo da paisagem. Vimos as várias atracções: a Governor's House (oferta para o governador em 1742), o Mons Meg (enorme canhão de 1449), as celas da prisão (onde estiveram detidos prisioneiros da guerra contra a França, as marcas deixadas nas portas são impressionantes), o grande salão (do séc. XV, tem o tecto feito de vigas de madeira e as paredes com armas e obras de arte, onde se reunia o parlamento Escocês até ao século XVII), a St. Margaret Chapel (o edificio mais antigo de todo o castelo) e o palácio (onde a Rainha Maria dos Escoceses "deu à luz" o rei Jaime VI e onde estão guardadas as jóias da coroa Escocesa, bem mais simples do que as de Inglaterra).





Paredes do grande salão






E depois do almoço, fomos até a outro imperdível (e muito bonito) local da cidade: Calton Hill, sede do governo Escocês, localizado numa colina no centro da cidade.


City Observatory


Aqui existe um partenon semi-acabado, concebido como o monumento nacional aos mortos das guerras Napoleónicas em 1822, mas que nunca chegou a ser terminado por falta de verbas.


Monumento Nacional


Também existe uma torre designada por Nelson Monument que comemora a vitória Britânica em Trafalgar (1816), o City Observatory (1818), o Dugald Stewart Monument (dedicado a um filósofo Escocês, é o cartão postal da cidade) e o Royal High School (criado no século XIX, é o centro da democracia Escocesa e para a criação de um Governo próprio).


Nelson Monument
Dugald Stewart Monument

E depois de umas boas risadas (foi a primeira que utilizamos um tripé) fomos para Inglaterra!





quinta-feira, 16 de junho de 2011

Escócia (Stirling, Glasgow, Fort William)

Enquanto que a Inglaterra é bastante plana (mais do que estava à espera), a Escócia apresenta paisagens supreendentes devido à sua multi-diversidade. Existem as Highlands (altas montanhas no Norte) e as Lowlands (baixas montanhas no sul) divididas pelas cadeias montanhosas designadas por Trossachs.

Além das montanhas, das ruínas, dos castelos, da luxuriante vegetação, da natureza mágica (devido à névoa frequente), dos lagos brilhantes, do clima bem rigoroso, do traje nacional (o kilt), da música peculiar (devido à gaita de foles), da bebida mundialmente famosa (o whiskey), a Escócia orgulha-se da sua independência e identidade própria em relação à restante Grã-Bretanha e só aceitou a sua aliança com a Inglaterra, em 1707, por ter sido feita por um rei Escocês.

Apesar de ter tido sempre muito menos população que a Inglaterra, este país nunca foi ocupado pelos Romanos e ao longo dos séculos foi o cenário de muitas invenções (Watt criou o 1º motor a vapor da Revolução Industrial, Bell  inventou o telefone, Fleming descobriu a penicilina...até o primeiro clone de ovelha (Dolly) foi feito na capital).

No dia seguinte, viajamos até à cidade de Stirling que cresceu em redor do castelo. Situado sobre um rochedo de origem vulcânica, este castelo foi um dos mais importantes na defesa da Escócia (pelo que se sabe, deverá ter sido atacado pelo menos umas 16 vezes). Aqui ocorreram importantes batalhas, por exemplo: em 1297, William Wallace  (quem não viu o filme Braveheart, com o Mel Gibson?) venceu as tropas Inglesas, conquistando o castelo.


Na entrada do castelo


Junto ao Palácio

Casa dos duques de Argylll (do século XVII)

A cidade antiga está dentro das muralhas originais, construídas no século XVI, para defender a Rainha Mary  (rainha dos Escoceses) do rei Henry VIII.



Paliçada inferior


E depois de termos admirado uma bela vista sobre a cidade nova, fomos ver o interior onde estivemos a ver os belissimos frescos de Valentine Jenkins, na capela real (esta  foi reconstruída no séc. XVI).



Frescos do séc. XVII

Vimos o Great Hall que tem um tecto muito peculiar (feito de carvalho, mais parecem os alicerces de um barco colados no tecto), as cozinhas Reais (existem manequins a preparem refeições e pão), a Igreja de Holy Rude (onde o rei James VI e I de Inglaterra foi coroado), o Museu do Regimento e uma antiga prisão.


Tecto do Great Hall (em baixo o pormenor do brasão numa tapeçaria)



O plano original não era ir a Glasgow, mas como não tinhamos GPS a não ser no telemóvel e este estava sem bateria, fomos comprar um carregador de isqueiro para o telemóvel, nesta cidade. Glasgow  foi o  berço da Revolução Industrial, uma cidade essencialmente comercial com a indústria do algodão e dos maiores navios do mundo. Apesar da capital da Escócia ser Edinburgh, a cidade com maior número de habitantes é Glasgow. Achei-a um bocado cinzenta (ainda por cima começou a chover...mas aproveitamos para lá almoçar...) e desprovida de grandes atracções (a comparar com a capital). Estivemos a ver o enorme Campus Universitário, uma misturada de edificios bem antigos e outros modernos, as esculturas de James Watt e de Thomas Graham (quem não se lembra da coloração de Graham nas aulas de Biologia...não é meninos, da área de saúde?).



Em cima: estátua de Thomas Graham
Em baixo: vários edifícios






Depois do almoço rumamos em direcção ao norte! As estradas íngremes, as bonitas paisagens naturais (bonitos e cintilantes lagos, cascatas e neve no pico das montanhas, vegetação luxuriante, grande quantidade de animais), os chuviscos ocasionais  e a neblina constante fizeram parte deste passeio!





Fomos até Glencoe que possui uma paisagem magnifica mas que tem uma história cheia de de violência (houve aqui um grande massacre de Escoceses no século XVII). Está situada na margem sul do Rio Coe com um lago de água salgada, o Loch Leven. Este local é ideal para caminhadas e escaladas no Verão. E após o chá das cinco num hotel de zona (e de conversa com o dono do hotel) fomos até Fort William, uma das maiores cidades da costa ocidental (quem diria?).

Estas zonas tem vindo a atrair muitos turistas, especialmente depois da exibição dos filmes do Harry Potter, Rob Roy e Braveheart, uma vez que foram aqui filmados.





E de Fort William fomos para o Memmorial Comand (monumento dedicado aos homens da Segunda Guerra Mundial, o ponto mais alto onde estivemos e onde sentimos mais frio,) mas a chuva e o tempo dissuadiram-nos de continuar e regressamos a Edinburgh (como foi bom ver o por do sol às 21H30!).


Fort William


Memmorial Comand



Ampliação do cume das montanhas (32X)


segunda-feira, 13 de junho de 2011

York, no Norte de Inglaterra

O dia seguinte começou bem cedo, uma vez que tinhamos de estar na estação de King's Cross às 07.30H e levavamos pelo menos uma hora até lá chegar. Assim, por causa das malas e por ser tão cedo, fomos de autocarro e de metro.
A viagem de comboio muito agradável, pois além da pontualidade, da limpeza, do conforto, os comboios têm bastante espaço (mais do que os comboios em Portugal, admito) e são relativamente económicos (quanto mais cedo se comprar os bilhetes na net, mais baratos ficam, além de se poder escolher o tipo de lugar e de carruagem). Até havia um empregado que andava a vender bebidas e snacks, no nosso próprio lugar (um luxo, não era uma carruagem de 1ª classe, não...).

Depois de termos deixado as malas na estação de comboios de York, apesar de estar fresco e ameaçar chover, fomos à descoberta desta romântica e histórica cidade.

O rio Ouse banha a cidade, tendo este sido um importante meio para o transporte de mercadorias, na antiguidade. Actualmente, fazem-se, aqui, passeios de barcos turísticos.


Rio Ouse

A cidade de York é a segunda cidade mais visitada de Inglaterra (depois de Londres é claro)! E percorre-la faz-nos sentir como num filme do Harry Potter.


Edificios estilo Normando (e respectivos pormenores dos mesmos)

Além da enorme basílica (York Minster) e das 18 igrejas medievais, York contém quase 5 Km de muralhas Romanas (percorremos grande parte e é giro ver a cidade "por cima"), a beleza da arquitectura dos edificios e casas de madeira (a sua maior parte com estrutura medieval) , as ruínas e muitos bons museus (Yorkshire Museum, York Castle Museum, Jorvik Viking, Roman Bath museum, National Railway Museum).


A vista das ruínas Romanas
Ruínas perto do Yorkshire Museum


Edificios antigos

Muito rica em história (pudera...foi ocupada pelos Romanos, pelos Anglo-Saxões e pelos Vikings até ao século XI) e um importante centro de comércio da Europa, devido ao desenvolvimento dos caminhos de ferro.



A York Minster tem 163 m de comprimento, 76 m de largura e de altura: 60 m nas torres e 31 m no coro (só ultrapassada pela Abadia de Westminster, em Inglaterra), com a maior colecção de vitrais medievais do país. Provavelmente, devia ser uma capela feita de madeira que serviu para fazer o baptismo do rei Edwin, no século VII. Iniciada em 1220 só foi terminada 250 anos mais tarde!


Fachada oeste da York Minster

Aqui estivemos a ver a triunfal entrada, os Jubeus do Coro (esculturas de pedra do século XV que representam os reis desde William I até Henry VI), os majestosos vitrais, as bonitas esculturas, as várias torres e a lindissima sala do capítulo.


Tecto da Catedral

Pormenor de um vitral

Esculturas


Tecto da sala do capítulo


A Clifford's Tower está no cimo de uma colina e foi mandado ser feito por William I, como castelo. Depois de ter sido destruído por um incêndio no séc. XII, foi reconstruído depois por Henry III. No entanto, isto é tudo o que resta do antigo castelo.


Clifford's Tower
Depois de termos almoçado nas Shambles (a rua mais antiga e famosa de York) fomos comprar algumas recordações num pequeno mercado. Percorremos as ruas, passamos pela Universidade de York, admiramos a igreja de St. Michael le Belfrey (uma igreja reconstruída no séc. XVI) e a abadia St. Mary, paramos num lindo jardim, vimos uma galeria de arte e o Observatório, antes de ir para o National Railway Museum.


Edificio ao pé das Shambles
Igreja St. Michael le Belfrey
Edificios (em cima: Castle Museum) e brasão da cidade

Num lindo jardim

O National Railway Museum é o maior museu de caminhos de ferro no mundo e está instalado numa antiga oficina de manutenção de motores a vapor. A exposição mostra locomotivas desde o século XVIII, a carruagem real da rainha Victoria, o comboio utilizado no filme do Harry Potter, a nova carruagem do principe William até às últimas  tecnologias ferroviárias (por exemplo, comboio de alta velocidade por levitação magnética no Japão).



Várias carruagens do museu (no meio: carruagem utilizada no filme Harry Potter, em baixo: carruagem do príncipe William)

Depois fomos buscar o nosso pequeno mas potente carro (Fiat 500), o outro era um Vauxhall Insignia (na U.K não se comercializa com a designação de Opel mas sim com esta designação)! Foi engraçado andar pela esquerda, com o volante e o cinto de segurança no lado direito e a caixa de velocidades no lado esquerdo. As estradas também são bem diferentes, pois para além dos constantes radares limitadores de velocidade (que são muitos e estão em milhas), têm sinais de trânsito estranhos (atenção à passagem de veículos agrícolas e de peões...numa auto-estrada?!) e existem muitos estreitamentos nas vias (facilmente se passa de quatro para duas vias).


E fomos para Edinburgh, capital da Escócia. Depois da chegada à residencial acolhedora, tivemos de levantar dinheiro numa caixa de multibanco (a moeda continua a ser a Libra, mas as notas são diferentes, ainda por cima dizem que estas notas não são aceites em alguns locais da Inglaterra!), fomos buscar alguns mantimentos num Tesco (supermercado) e uma pizza para jantarmos. E voilá...uma larga cama de casal, os cortinados completamente negros que não deixavam passar qualquer fresta de luz...e dormimos que nem uns anjos!