quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

No centro/ sul da ilha (Malta)

Uns bonitos jardins aliados a um exuberante palácio, um complexo megalítico de templos, uma extraordinária necrópole subterrânea (também património mundial da UNESCO) e uma cidade perdida no tempo foram os principais ingredientes de mais um dia, na ilha de Malta!

Venha, agora, comigo descobrir estes pequenos/grandes tesouros!

Pormenores de uma divisão do palácio Parisio



Longe de imaginar qualquer influência portuguesa, no nosso terceiro dia de viagem, eis que fomos visitar o palazzo Parisio, situado em Naxxar, bem de frente para esta magnífica igreja (e cada vez mais me continuava a surpreender com a beleza das mesmas).




Por fora, nem parece o quão é admirável  e esplêndido este palácio por dentro, o único palácio privado aberto (e pago) ao público, tendo servido inclusivamente para casamentos, jantares e até como cenário de filmes (por exemplo: "O conde de Monte Cristo"), no país.

Apesar de ter sido profundamente remodelado no início do século passado, pelo conde da família Scicluna (e atuais proprietários) foi, inicialmente, construído em 1733 pelo grão-mestre português Manuel de Vilhena, este bastante popular pelas fortes melhorias das condições de vida da população, em geral.

Os tetos ricamente adornados, as paredes vastamente decoradas e pintadas à mão ou cobertas de seda, o chão semelhante ao do Vaticano, os bonitos candelabros de bronze, os móveis feitos especificamente para cada divisão, a larga escadaria em mármore importado da Itália, as brilhantes armaduras, as ilustres pinturas, os espelhos, a fina louçaria e os exultantes elementos decorativos dourados, aliados aos lindíssimos (e verdadeiros oásis, diga-se de passagem) jardins, foram aqui trabalhados por vários artistas italianos e (claro por) muitos malteses.











Seguimos depois viagem para o hipogeu, situado a pouco mais de nove quilómetros de distância.

Contudo, como tinha feito a reserva há meses para visita-lo no horário das duas da tarde, aproveitamos o restante tempo para debicarmos uns deliciosos pastizzi (uma espécie de empadas e pastéis com vários recheios salgados, típicos do país), já que ali perto não havia grande restauração, depois de termos ido visitar os templos de Tarxien.

Estes, tratam-se de um dos maiores conjuntos de templos construídos entre 3600 e 2500 a.C, com relevos complexos, objetos peculiares e a presença de ossadas animais, o que sugere que ali eram sacrificados animais.

Juntamente com os outros templos que abundam nesta ilha e na ilha de Gozo, estes integram o património mundial da humanidade da UNESCO.





Depois visitamos a atração principal do dia: o hipogeu de Hal-Saflieni! E ainda bem que tinha feito a reserva e comprado o bilhete antecipadamente, já que só havia vagas disponíveis para dali a duas semanas, uma vez que a visita é permitida apenas a 80 pessoas por dia, divididas em 8 horários diferentes.

O hipogeu é uma enorme necrópole subterrânea esculpida na rocha por volta de 3600 a.C., que depois se expandiu com a abertura de túneis ainda mais profundos e novas câmaras (adorei uma delas, designada como o santuário dos santos, pela sua magnífica entrada), delicadamente esculpidas, imitando assim os templos exteriores e até uma cisterna.

Nesta valiosa atração foram aqui encontrados cerca de sete mil corpos, depositados ao longo de um milhar de anos, embora se desconheça a origem dos mesmos.  As fotografias são proibidas (assim como todos os pertences que têm de ser deixados nos cacifos à entrada). As condições de humidade, temperatura e luminosidade são minuciosamente controladas e até a entrada da atração passa facilmente despercebida entre o casario adjacente (e sem graça).


Passamos o final da tarde na cidade perdida de Medina, outrora a capital da ilha, na qual está restrita a circulação rodoviária (mas existem parques de estacionamento, pagos, nas entradas da cidade).


Uma das estreitas ruas de Medina




Através das muralhas desta cidade fortificada, pelos árabes, no século IX, tivemos uma vista soberba sobre os dois lados da ilha, com Mosta num deles e do mar Mediterrâneo, já que esta foi construída no topo de um planalto.




Designada, também como "cidade silenciosa", "cidade velha" ou "cidade nobre", pudemos andar pelas suas ruas estreitas de calçada e apreciar sem pressa a arquitetura dos seus elegantes palácios, as suas ostensivas igrejas (como o interior da catedral de S. Paulo), encontrar facilmente os seus bonitos museus e as sumptuosas portas de entrada da cidade, que parecem permanecer exatamente iguais, desde há séculos.









E é caso para dizer: Medina é uma cidade que ficou retida no tempo!




5 comentários:

  1. Foi o que achei! Parece ter parado, a história bem conservada.
    Obrigada pelos pormenores. Um olhar atento e de bom gosto.
    Abraço

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  2. As fotografias estão fantasticas e maravilhosas,esclareceste a tua postagem muito bem,adorei a forma como a tua postagem foi realizada. Muitos beijinhos e fica com deus!!

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  3. Olá Manuel e Joaninha,

    Ainda bem que gostaram! Beijnhos e um abraço.

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  4. Adorei as fotografias estão lindíssimas.
    Ao ver as descrições e as fotografias quase que parece que estão no local.
    Beijinhos

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