O dia chuvoso não nos dissuadiu de visitarmos Giverny para conhecermos o último lar do pintor Oscar-Claude Monet (1840-1926). Este mestre, inovador, revolucionou o mundo da pintura com um novo movimento artístico: o impressionismo, derivado de um quadro seu intitulado "Impressão, nascer do sol" (1872).
As pinceladas soltas associadas à luz e ao movimento são os principais elementos desta técnica. Visto de perto, a tela aparenta ser somente borrões, pois as tintas não são misturadas a fim de obter as cores mas sim feitas pinceladas de cores puras colocadas umas ao pé das outras, que depois são misturadas pelo olho do observador, quando se vê o quadro de longe.
Depois de abandonar o exército, este celébre pintor não se conformava com as antigas pinturas tradicionais e começou a utilizar esta nova técnica. Passados onze anos depois de ter pintado o quadro que deu origem ao movimento, Monet mudou para Giverny onde passou as últimas quatro décadas da sua vida a pintar uma série de quadros com a imagem da catedral de Rouen (uma das mais bonitas do norte da França que irá ser descrita no post sobre Rouen), flores, nenúfares, o lago, a pequena ponte japonesa (conforme se pode ver ao fundo, a verde vivo, na primeira foto) e outros elementos presentes nos jardins de sua casa.
Apesar da polémica e da controvérsia em torno das suas obras iniciais, este novo movimento teve grandes seguidores, tais como Manet, Degas, Renoir...
A 75 km de Paris e a 67 km de Rouen fica Giverny, uma pequena mas bem tratada e florida povoação. O seu atrativo principal é sem dúvida a habitação e os jardins de Monet que cativam meio milhão de visitantes por ano assim como pintores que procuram a luz e o encanto do vale do Sena.
Os seus jardins, cuidadosamente arranjados, são autênticas obras de arte. O primeiro jardim é composto por muitas plantas que florescem ao longo dos vários meses do ano, onde existe também um pomar e uma horta. Como adoro flores, fiquei completamente encantada com o local.
No segundo jardim (e para mim o mais admirável), designado como "Le jardin d'eau", existe o grande lago onde estão dois pequenos barcos de madeira, a ponte japonesa, alguns bancos e grandes árvores onde nos podemos abrigar do sol e da chuva (que foi o nosso caso).
Na sua habitação, típica casa de campo, podem ser vistas a sala de leitura, a despensa, o estúdio de trabalho (embora a maior parte das suas obras tenham sido feitas ao ar livre), a rústica cozinha com objectos de cobre e bonitos azulejos azuis de Rouen, a casa de banho, a sala de costura e a requintada sala de jantar com móveis amarelo forte bem originais e diferentes na época, assim como vários quadros espalhados nas paredes. Infelizmente, não se poderam tirar fotos do seu interior.
Fachada da casa |
Vista parcial do jardim (1º andar da casa) |
A três quilometros de Giverny fica Vernon (de Paris, pode-se ir até ali de comboio e depois junto à estação apanhar o autocarro para Giverny) onde não resistimos a tirar estas fotos da câmara municipal e da bonita igreja do século XVII, antes do almoço.
Obras de Monet podem ser admiradas no museu de Vernon, em Paris (museu Marmottan-Monet, museu d'Orsay, museu de l'Orangerie) e em muitos outros museus no mundo . Em Portugal, podemos ver alguns quadros deste pintor no museu Calouste Gulbenkian, como esta rara natureza morta.
Nature morte avec melon (Monet, 1872) |
No próximo post...a não perder...a razão, porque mudamos de planos e do norte da França fomos para Brugge, na Bélgica! Fique para ver!
Sou suspeita para falar, pois adoro as obras de Monet e a casa dele (com os jardins, lógico) em Ginerny. Um passeio incrível!
ResponderEliminarMuitooo giro!
ResponderEliminarGrande viagem!
Demais Giverny! Fomos a uns dois anos e adoramos. Parece que estamos dentro das obras de arte de Monet!
ResponderEliminarUm abraço, Marina
Obrigada pela vossa participação neste blog!
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