quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Estoi aqui!

Interrompendo a programação das férias na França (mas que vão continuar nos próximos posts) para... as actividades do mês de Julho.

No primeiro sábado do mês, num dia com um céu maravilhosamente azul, começamos por um belo passeio em Estoi, uma freguesia do concelho de Faro. Mas, afinal o que existe nesta localidade?

Em Estói (ou Estoi, de acordo com a alteração do nome, aprovada em Assembleia da República, em 2004) pode-se encontrar um valioso património histórico-cultural: o casario com as suas bonitas fachadas rendilhadas, a cuidada igreja matriz, as interessantes ruínas romanas de Milreu e um lindíssimo palácio, desconhecido de muitos.





A igreja matriz, também conhecida como igreja de São Martinho de Estoi, foi formada a partir de uma antiga ermida de origem medieval do século XVI.




As ruínas de Milreu situam-se a 1 km da freguesia, uma das villas romanas, que prosperou com o desenvolvimento de Ossonoba (atual Faro), um importante centro económico devido à possível existência de um cais marítimo que permitia o comércio de derivados de pescado como o garum, um molho de peixe muito apreciado na altura, assim como no valioso comércio de azeite e vinho.





Cópia do busto de Agripina
Declarado monumento nacional em 1932, tem sido alvo de várias escavações arqueológicas e desde 1997, projeto de investigação em cooperação com algumas universidades da Europa.
Pelos achados arqueológicos descobertos, o local fora outrora povoado no final da idade do bronze e início da idade do ferro mas as primeiras construções romanas datam do século I d.C.
Pelos bustos (imperatriz Agripina e imperadores Adriano e Galieno) encontrados  no local como elementos decorativos deduzem-se que os proprietários da villa tivessem uma elevada posição social. A cópia dos mesmos pode admirada no centro interpretativo no final da visita.





Os mosaicos de muito boa qualidade estão presentes nas construções dos edifícios da villa, excecionalmente completos.











Podem ser vistos os vários compartimentos, tais como o peristilum: pátio aberto sustentado por colunas, com espaços ajardinados e aquáticos, o triclinium (sala de jantar), os quartos de dormir, as salas de estar e as termas (onde existem os belos mosaicos com peixes), no lado residencial.





Junto ao lado residencial, ficam as instalações agrícolas onde podem ser vistas o lagar de azeite e a adega, onde não só era produzido o vinho como também o mosto temperado com rosmaninho, associado a propriedades “curativas”.

Pode ser ainda apreciado o templo, um edifício religioso romano com os restos da abóbada da galeria exterior. Os seus muros de tijolo maciço são impressionantes e atraem a vista quando se entra (outros mosaicos representativos de peixes e golfinhos estão próximos).








Existe ainda um edifício construído, sobre as ruínas de Milreu, com origem numa casa rural da idade média, construída em várias etapas desde a época medieval até ao século XIX.




No seu interior, uma exposição de esculturas de Sara Navarro (que esteve patente até 22 de Julho) espalhadas pelas várias divisões da casa rural.




O preço do bilhete da entrada (nas ruínas de Milreu)  é de 2€ (adulto) mas gratuito aos domingos de manhã.

Depois...com um pouco de receio, entrei dentro do palácio por pensar que se tratava de propriedade privada. Na realidade, trata-se de uma pousada de Portugal (só possível para os clientes do mesmo) num lado mas noutro é propriedade do estado Português, com entrada livre. Foi tornado imóvel de interesse público desde 1977.




O palácio de Estoi é de puro estilo rococó. Este, ideia de um nobre no século XIX só chegou a ser concluído em 1909 por outro nobre, tornado posteriormente visconde de Estoi, que não poupou esforços para finalizar o palácio. Após a sua morte, foi mantida na mesma família até 1987, altura em que foi comprada pela Câmara Municipal de Faro que depois de restaurada foi convertida em pousada histórica de Portugal.




 É composto pelo edifício principal com os seus adornados e lindíssimos salões de chá em pastel e estuque, próximo da zona de restauração.






Os fantásticos jardins geométricos com árvores de fruto, as fontes, as várias estátuas com os seus bustos esculpidos em mármore, os azulejos e vitrais coloridos tornam o palácio, sem dúvida, único na região.









A viagem continuou então para perto de Cachopo, com o almoço de um belo prato de javali, bem económico, no restaurante da Ti Rosa ...numa região que seguramente já não está assim, uma vez que cerca de 80% da área rural de Tavira ardeu posteriormente, no mês de Julho.





Após um belo passeio em Tavira, onde aproveitamos para fazer algumas caches fomos tomar uns belos banhos de mar na praia do Barril antes do jantar de petiscos marinhos (polvo, camarão cozido da costa, conquilhas), em Santa Luzia.




Entre as restantes actividades do mês destaco algumas idas às praias da zona de Ferragudo, alguns passeios em Alvor e na Lagoa dos Salgados (Pêra) onde fizemos umas caches e um pezinho de dança de rock 'n roll, na mostra da doçaria conventual em Lagoa, ao som dos Lucky Duckies.







2 comentários:

  1. E ainda há pessoas que pensam que o Algarve é só praias (e eu confesso que sou uma delas!)... :)

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  2. Adoro ruínas, mas esses prédios restaurados tb são um charme!!!

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