sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Amsterdão 3: a comunidade judaica sefardita!

Última noite em Amesterdão. E já sinto saudades! Saudades dos canais que serpenteiam a cidade, das pontes, do mercado das flores, dos museus e galerias (podia ficar aqui uma semana e todos os dias ia a um, pelo menos, sem ficar entediada), das igrejas, do ambiente noturno, da educação das pessoas, da calórica (e cara) comida, dos jardins, da beleza dos edifícios e até das milhentas bicicletas que cruzavam o nosso caminho, muitas vezes "perigosamente".

Demos uma valente volta e fomos parar então na margem antiga do lado oriental da cidade, a chamada oude zijde, uma zona com forte crescimento populacional até ao século XVII, devido à crescente chegada de refugiados judeus da península ibérica (designados como "sefarditas") após o decreto de expulsão destes pelos reis católicos de Espanha e por D. Manuel, rei de Portugal, no século XV.

Mas se pensa que esta expulsão foi feita apenas por motivos religiosos, desengane-se!




Porque, de facto, embora, a religião tenha sido o pretexto principal, muitos judeus sempre tiveram a seu cargo a atividade mercantil (a maioria sabia ler, escrever e fazer contas) e portanto um elevado poder financeiro, o que provocava a invejava da nobreza e clero.

Descobrimos, então, a sinagoga portuguesa, a mais antiga das 4 sinagogas aqui existentes, albergadas no bairro judaico da capital. Mas como estava fechada voltamos na manhã seguinte, para visitar o seu interior e conhecer um pouco da história da comunidade judaica sefardita. Afinal, ainda nos restava algumas (poucas) horas até ao voo (isso pensava eu)!




A esnoga (nome antigo em português para "sinagoga"), inspirada na arquitetura do templo de Salomão em Jerusalém, contém mais de 1000 velas e 72 janelas, tendo sido inaugurada em 1675.




Trata-se de um edifício de linhas sombrias e o modelo para muitas outras sinagogas espalhadas no mundo, apesar do declínio económico no século XVIII e posterior extermínio da maior parte dos judeus na segunda guerra mundial (sobreviveram menos de 500 judeus dos mais de 4000 aqui existentes) da cidade.




Quando a guerra terminou, a esnoga retomou a sua função original e foi profundamente restaurada, assim como as caves e anexos, destinados à exposição dos seus belíssimos tesouros e objetos relacionados com o judaísmo, hoje disponíveis ao público, em geral (inclusivamente até podiamos tirar fotos).






Ao lado, visitamos o Joods Historisch Museum ou seja o museu judaico, aberto ao público desde 1987.






No seu interior existem vários artefactos religiosos e a exposição de vários objetos de arte, entre os quais se incluem bonitas telas, gravuras e retratos. Ficamos agradavelmente surpreendidos com a elevada quantidade de informações sobre os judeus sefarditas e o seu importante papel na comunidade durante estes últimos séculos.




Descontente, por não ter conseguido vermos o museu do diamante, fomos depois para o aeroporto de Schipol e fizemos o check-in. Esperamos, esperamos e nada do voo aparecer no écran. Pedimos informações e qual não foi o espanto ao saber que havia greve nos controladores aéreos Franceses e então o voo previsto para as 15 da tarde retardou mais de 7 horas e chegamos a Lisboa, no dia seguinte.

Noite de Santo António. O caos! Muitas pessoas dormitavam nos bancos do aeroporto, outras à espera nas filas do rent a car ou no ponto de táxis. Metro fechado. Conclusão: andamos mais uma boa meia hora a pé para dormirmos na casa dos meus sogros, pois a essa hora tardia estávamos super cansados e não íamos, certamente, voltar logo para o algarve.

Que dia! E que férias!
E com este último post  sobre Amesterdão despeço-me destas férias em terras do Benelux e não só!

Então e agora as próximas férias?
Malta, me aguardaaaaaaaaa......

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