quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Amesterdão 2: nos museus da capital!

Com o tempo corrido, afinal íamos estar pouco mais de 40 horas em Amesterdão, sabia que tinha de optar por visitar apenas duas ou três atrações locais na capital holandesa. Mas, agora a questão punha-se: quais?


Eu (e mais alguns) nas celebres letras em frente do
Rijksmuseum, o maior museu nacional do país!

Ainda por cima, Amesterdão apesar de ser considerada uma cidade "pequena" possui imensas atrações, nomeadamente museus e galerias de arte. Contudo, havia um que não queria perder a troco de nada e assim comprei  logo os ingressos via net, uns dias antes da viagem!
Iniciamos o nosso penúltimo dia à volta do jordaan, um bonito bairro com ruas estreitas e canais arborizados.

Após o belo passeio de barco (que eu estava desejosa de fazer, especialmente depois da frustração de não ter feito o passeio no Reno), seguido do bom almoço no restaurante tailandês "Bird",  fomos ver uma das maiores atrações locais: a Anne Frankhuis, ou seja a casa de Anne Frank!


Capa da revista na loja Anne Frank


Transformada em museu desde 1960, foi o último lar de uma das minhas "heroínas" de adolescência, a minha e a de milhares de outros jovens que leram o seu diário, antes de ser deportada e morta no campo de concentração, por ser judia, a poucos meses do final da segunda guerra mundial.


Rua Prinsengracht (onde se localiza o museu de Anne Frank)
E, apesar das fotos não serem permitidas, as filas serem enormes (ainda bem que já tinha comprado os ingressos pela net) e o rústico (e sem piada) prédio passar facilmente despercebido (na época, um armazém de condimentos e especiarias da família Frank), fiquei profundamente sensibilizada com aquele local.

Como é que conseguiram, ali, oito pessoas sobreviver com tanto pouco e em tão exíguo espaço?! Tratava-se de 3 minúsculas divisões que tinham de servir como quartos, cozinha, sala de estar, casa de banho e sótão, localizadas nas traseiras dos últimos andares, escondidas por uma estante giratória.


A verde, o anexo secreto

Em 1942, a família Frank, judia, para escapar às perseguições alemãs mudaram-se para o anexo secreto, nas traseiras deste edifício, juntamente com a família Van Pels e o dentista Friz Pfeffer. Auxiliados pelos colegas do pai de Anne (Otto Frank), conseguiram ali "sobreviver" durante 2 anos, antes de serem presos e enviados para os campos de concentração de Auschwitz e Bergen-Belsen.

Só Otto Frank sobreviveu! Depois deste ter regressado a Amesterdão em 1945, Otto mandou publicar o diário, como seria o desejo de Anne, em 1947 e traduzido em 55 línguas, tendo sido vendidos 20 milhões de exemplares. Afinal, Anne Frank simbolizava os 6 milhões de judeus assassinados pelos nazis, na segunda guerra mundial!


Depois, mais alegres, fomos em direção à zona dos museus.




Esta zona, até ao século XIX, era uma área de pequenas explorações agrícolas e depois convertida numa área cultural, onde foram construídos o Rijksmuseum (concebido pelo mesmo arquitecto que também projetou o castelo de Haar, descrito num post anterior) e outros como o Van Gogh Museum, de 1973, onde permanecemos o resto da tarde.


Vincent Van Gogh, nascido em Zundert (Países Baixos) em 1853, começou a trabalhar inicialmente na sua terra, antes de se mudar para Paris e depois para Arles, no sul da França, onde pintou a maior parte dos seus quadros. Após uma discussão com outro pintor: Gauguin, cortou parte da sua orelha e foi até parar num hospital psiquiátrico, devido a  graves problemas mentais.
Auto-retrato de Van Gogh

Considerado como um dos artistas mais famosos da sua época, a sua vida artística durou apenas 10 anos, já que se suicidou com apenas 37 anos! Apesar disso, o seu estilo único e próprio, aliado à vivacidade das cores e pinceladas expressivas inspiraram as gerações vindouras.




Eu, confesso, que sou fascinada pelos tons coloridos e vibrantes do quadro dos girassóis (desde que bordei um idêntico, num quadro a meio ponto, durante a minha adolescência) e muitos outros com flores, pelo que apreciei bastante este museu.





A coleção está dividida em três pisos diferentes e está prevista, ainda, a abertura de uma nova ala, anexa ao edifício principal. Podem ser tiradas algumas fotografias (sem flash) a alguns dos quadros mas os melhores (e mais bonitos) estão interditas, como por exemplo o dos girassóis, uma das telas mais famosas de Van Gogh.


Outra tela dos girassóis pintada por Van Gogh


Van Gogh morreu na miséria, contudo, o seu irmão, negociante de arte, reuniu uma coleção de 200 dos seus quadros, desenhos e cartas que fizeram desta coleção, a maior coleção deste artista, no mundo!

 No próximo post, a não perder: a comunidade judaica sefardita em Amesterdão!

2 comentários:

  1. Também quero visitar a Casa de Anne Frank. Se comprarmos o bilhete online, evitamos as filas?

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    1. Olá Traveling,

      Convém, sim, comprar o bilhete online pois as filas são quilométricas. Beijinhos.

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