sexta-feira, 29 de abril de 2016

Avis, uma vila alentejana, com certeza!

No nosso último passeio por terras alentejanas, em agosto passado, passamos por Avis, uma vila desconhecida por completo (pelo menos para mim). Apesar de, a nível histórico, lembrar-me perfeitamente da segunda dinastia reinante (entre os séculos XIV-XVI) em Portugal e da ordem religiosa militar, com esse mesmo nome!

Assim, nesse dia, antes do almoço e de seguirmos viagem para Portel, passamos uma boa parte da manhã no CIOA- o centro interpretativo da ordem de Avis e no museu municipal ou museu do campo alentejano, ambos instalados no convento do século XIII!




Para quem não sabe (ou lembra) o atual território de Avis foi doado pelo rei D. Afonso II (que mais tarde passou a ser) à ordem de S. Bento de Avis, tendo sido ali construído o castelo e o conjunto conventual.




Um século mais tarde, o rei D. Pedro I de Portugal entregou o cargo máximo desta ordem ao seu filho (ilegítimo) João.

Com a morte do rei D. Pedro, a população e a nobreza uniram-se a favor deste (filho) contra a filha legítima do rei : Beatriz de Portugal (que era casada com o rei de Castela)!

Após a famosa batalha de Aljubarrota em que Portugal saiu vitorioso (com o apoio da Inglaterra), foi aclamado nas cortes de Coimbra, o rei D. João I- mestre da ordem de Avis (com sede nesta vila)- o percursor dos descobrimentos marítimos portugueses!






Instalado na ala sul do claustro norte deste antigo convento, desde agosto de 2014, o CIOA conta-nos a história dos primórdios da ordem de Avis, as suas origens e respetiva evolução (como o infante João ter aqui sido criado conjuntamente com a sua mãe, a mando do rei), até à extinção das ordens religiosas, séculos mais tarde!

Apesar disso, o regime das ordens foi novamente regulamentado (em 1986) e é atribuído pelo Presidente da República- o grão mestre das ordens- a militares excepcionais!










No conjunto conventual estão bem visíveis: a igreja, o claustro, a cisterna, o refeitório e as salas do capítulo e a de leitura. Nestas últimas duas, onde está instalado o museu do campo é possível ver os instrumentos utilizados na agricultura nos séculos passados e o interior de uma casa alentejana!

Na entrada, a cozinha que também funcionava como sala de estar e de trabalho, recebiam-se as visitas e possuía uma lareira no chão onde se defumavam os enchidos, aquecia a água e as várias divisões, incluindo os quartos mais modestos, nas traseiras!

Foram ainda descritas outras tarefas realizadas no campo como a tosquia nos meses de Abril a Junho (que apropriado, já que estive na "Ovibeja" a ver realizar esta tarefa, há dias atrás), a importância da ceifa, do pastoreio, dos olivais e as (já terminadas) exposições de Artur Azedo (mestre na arte da marcenaria) e Salgueiro Maia (militar que liderou a revolução do 25 de Abril de 1974, tendo marcado o final da ditadura em Portugal)!








6 comentários:

  1. Gostei muito do blog ^^ Não conhecia mas gostei imenso do facto de fazeres referencia a diferentes locais com interesse turistico!
    Vou estar atenta (: Beijinho

    http://oursecretbeautybox.blogspot.pt/

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  2. Nunca fui a Avis, mas parece uma vila bem bonitinha!

    Marli, do My Own Anatomy ✫

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  3. O meu pai e a minha avó são de lá. Ao ver as tuas fotos, lembrei-me de algumas coisas...não vou lá há mais de 30 e picos anos.

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