domingo, 10 de novembro de 2013

Vittoriosa e as duas cidades!

Vista parcial de Vittoriosa e das duas cidades (a partir de Valetta)

Mas que bonita cidade: Vittoriosa!

Esta é uma das três cidades vizinhas, interligadas, no outro lado da baía da capital (Valetta), com as cidades de Bormla (ou Cospicua) e Senglea (ou Invicta).

 Il-Birgu desenvolveu-se à volta do forte St. Angelo, uma esplendorosa fortaleza que "resistiu" ao grande cerco dos turcos otomanos, em 1565, e às bombas alemãs, durante a segunda guerra mundial.




Mas o que tem Il-Birgu a ver com Vittoriosa? Tudo. Na realidade, ambos os nomes correspondem à mesma cidade.

Contudo, recuemos no tempo e voltemos uns séculos atrás...

Durante o domínio espanhol (entre os séculos XIII a XVI), o imperador Carlos V doou as ilhas de Malta, em 1530, aos cavaleiros de S. João de Jerusalém, mais tarde conhecida como a ordem da cruz de Malta. Esta ordem foi fundada em Jerusalém no século XI e é a mais antiga, ainda hoje existente (embora esteja sediada, atualmente, em Itália).

Estes construíram inúmeros edifícios e numerosas e forte fortificações, tendo-se  fixado na orla costeira, particularmente na zona de Il-Birgu, em detrimento da antiga capital, a cidade interior de Medina.

Depois de ter sido construída a esplêndida fortificação de St. Angelo, os cavaleiros defenderam daqui a ilha, durante quatro meses, dos otomanos. Apesar disso, quase que voltou outra vez para as mãos destes últimos, senão fosse a preciosa ajuda exterior e a chefia do grão-mestre Jean Parisot de la Valette (o grão-mestre é o chefe máximo da ordem).

Após isso, a cidade de Il-Birgu foi apelidada como a cidade da vitória, daí o seu nome!




Depois de termos deixado o carro, num estacionamento, antes da porta principal da entrada desta cidade fizemos o resto a pé (e valeu bem a pena já que grande parte de Vittoriosa é constituída por um emaranhado de ruelas e vielas).




Num dos lados do forte, está situada a marina com navios e iates de "fazer cair o queixo", onde almoçamos...





Não sem, antes, vermos os históricos e gastos edifícios, como os do collachio, uma ruela estreita onde os cavaleiros construíram os seus albergues, quando aqui chegaram no século XVI.


Vimos, também, o palácio do inquisidor, bastante baleado, que para além de ter sido residência serviu de tribunal e até prisão. No final do século XVI, o papa preocupado com os boatos sobre o estilo leviano e frívolo dos cavaleiros enviou um inquisidor para refrear os ímpetos da ordem, tendo sido esta propriedade a escolhida como o centro da inquisição, durante dois séculos.






Depois observamos muitas das antigas igrejas, aqui edificadas, reconstruidas após os bombardeamentos alemães. Adorei ver as suas enormes e avermelhadas cúpulas que sobressaem da pedra amarelada exterior, qual cartão postal!





As bonitas esculturas, os prédios decrépitos e algumas obras fizeram parte do nosso passeio por esta cidade e pelas duas cidades adjacentes, mais pobrinhas e bem menos charmosas.

Mas como se costuma dizer que uma imagem vale por mil palavras, deixo-vos, aqui, agora algumas das fotos!









Depois partimos em direção à capital, onde passamos o final da tarde e soube imediatamente que tínhamos de lá voltar. Afinal não é à toa que é a capital, a cidade gloriosa da pedra dourada: a extraordinária Valetta, que realmente ficou para o último dia da viagem (não dizem mesmo que o melhor fica no fim?)!


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