quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Um pouco da história Micaelense 2

Contudo...doenças atacaram os laranjais nas últimas décadas do século XIX e aparecerem novos centros produtores no continente (o Algarve, por exemplo). Então os Micaelenses introduziram novas alternativas de cultivo: o tabaco, o ananás e as únicas plantações de chá em toda a Europa, ainda hoje existentes. Além disso, a exploração de gado bovino e o aumento da pesca forma(ra)m grande parte da economia de S. Miguel, embora o turismo tenha vindo a aumentar na ilha nas últimas décadas.




E se pensava que S. Miguel só são paisagens verdejantes e cheias de hortênsias a perder de vista, pastagens com vacas malhadas pachorrentas e encostas íngremes com um mar azulão a toda à volta, desengane-se! Afinal, ainda se podem encontrar outras...a começar na capital. Confira agora!

Ponta Delgada é uma cidade plana (contrariamente ao que estava à espera) e cosmopolita, com mais de cinco séculos de existência, sendo a capital administrativa do governo regional Açoriano. Os seus vários edifícios e monumentos são bem singulares, apesar de existir um edifício mais alto que os outros (e que destoa completamente da paisagem envolvente).







As Portas da Cidade são três finos arcos do século XVIII que se converteram rapidamente no ex libris, o cartão postal da cidade, na Praça Gonçalo Velho Cabral (num post anterior a este, existe já uma foto desta praça, onde conseguimos fazer a única cache nos Açores).


Nas Portas da Cidade


A função do Forte de S. Brás era, obviamente, a defesa do ataque dos piratas à ilha e é considerada a mais antiga e poderosa fortificação de S. Miguel. O seu interior serve de quartel general e alberga o Museu Militar, desde 1999. No lado exterior do forte, junto ao muro, existe um monumento dedicado aos mortos durante a Primeira Guerra Mundial. Com efeito, em 1917, Ponta Delgada chegou a ser bombardeada por um submarino Alemão.


Baluarte do Forte de S. Brás

Monumento aos mortos


Muitas igrejas e outras construções são feitas de basalto, a rocha da região, que lhe dá aquela aparência e cor acinzentada, como por exemplo a bonita Igreja Matriz de S. Sebastião, datada do século XVI, erguida no lugar de uma antiga ermida, após um surto de peste. As portadas são em estilo manuelino e as portas laterais de estilo barroco.




Portada

A Igreja de S. José exibe hoje uma fachada erguida no século XVIII e surgiu de um antigo templo que integrava o antigo convento franciscano, do século XVI: o Convento da N. Srª da Esperança, remodelado dois séculos mais tarde.




Os Açorianos são pessoas profundamente devotas e participam regularmente em festividades religiosas. As igrejas são engalanadas de luzes e ocorrem procissões nas ruas cobertas de flores coloridas, facto pelo que não é de admirar o vasto número de ermidas, igrejas e outros templos religiosos, presentes em cada cidade.

Depois, vimos a Igreja de S. Pedro,  do século XVII e de puro estilo barroco e o Convento da Graça, onde funciona atualmente o conservatório regional, a academia de artes e o auditório municipal.


Igreja de S. Pedro
Convento da Graça

No edifício dos Paços do Concelho está sediada a Câmara Municipal com a estátua do arcanjo S. Miguel em frente (uma pequena multidão visualizava a receção ao caloiro, nesse dia).





No último templo religioso que vimos na capital (mas soube depois que haviam muitos mais): a Ermida de Santa Ana, fundada no século XVII, estiveram hospedados vários frades da ordem de Santo Agostinho, anexa ao jardim privado pago (2,5€) onde passamos boa parte de uma manhã a visitar.




O Jardim  José do Canto pertence à mesma família há várias gerações e tudo começou quando um abastado homem mandou plantar, nas terras da sua esposa, várias espécies de plantas oriundas do estrangeiro.


Estátua do fundador do jardim: José do Canto
Como nos foi dito, tudo (ou quase tudo) cresce e se desenvolve nesta ilha e então visualizamos um grande número de plantas (estimam-se que existam mais de 6000 espécies) e árvores de grande porte, tais como: canforeiras, eucaliptos, palmeiras, bambus, pinheiros de Damara, azinheiras....


Parece ou não uma pintura?



Vimos também a presença de um pequeno lago e fauna variada. Vários visitantes celébres visitaram a ilha e este jardim, entre os quais se destacam o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia, Theodore Roosevelt (26º presidente dos E.U.A) e o Marechal Oscar Carmona (11º presidente de Portugal).






No interior do jardim, existe também um pequeno palacete, atualmente convertido em hotel e uma estufa, local que serve para a realização de festas e eventos.



Hotel "Casa do Jardim"

Estufa


No próximo post, não perca: "As mais belas lagoas de S. Miguel!".

6 comentários:

  1. Muito bom.
    Estou a gostar muitos dessa " pequena aula de história " :) e a adorar ver as fotos.
    Ainda bem, que apesar da Nadine, ainda conseguiu tirar fotos com o céu azul ;)
    Parabéns e ainda bem que gostou.
    Espero pela continuação.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá "Divagações de uma Açoreana",

      Desde já, seja bem vinda a este blog e obrigada por ser minha seguidora.
      Depois, quero-lhe dizer que adorei os Açores, mais concretamente S. Miguel. Mas penso que as melhores fotos ainda estão por vir. Bj grande.

      Eliminar
  2. Marta

    Só fui uma vez aos Açores e adorei!Fui a Santa Maria e a São Miguel...lindo,lindo,lindo! Fiquei com muita vontade de voltar para conhecer as outras ilhas...
    Bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Margarida,

      Eu também fiquei com esse gostinho de conhecer mais ilhas dos Açores mas já me disseram que é mais do mesmo...e como o mundo é tão grande...ai...ai...
      Bj grande

      Eliminar
  3. Olá Marta
    Depois do que aqui vi... que me encantou e deixou orgulhosa, não podia deixar de a seguir.
    Parabéns pela informação e pelas belas fotografias.
    Um beijo da
    Teresinha (açoriana, micaelense!)

    ResponderEliminar