Pormenor de uma das paredes do mausóleu de Ataturk |
Apesar da lesão no pé do meu marido, foi graças à meia elástica de uma das nossas colegas de grupo (o nosso obrigado à Alexandra) que a nossa viagem iniciou no dia seguinte com a visita à cidade subterrânea de Saratli Kirkgöz Yeralti Sehri, uma das muitas cidades escavadas em rochas vulcânicas por uma das civilizações mais antigas e poderosas: os Hititas. Existentes há 4000 anos atrás, estes fundaram um poderoso império na Anatólia (actual Turquia) e a sua queda só se deu nos séculos XIII-XII a.C.
Estas cidades constituíam autênticos labirintos, bem estruturados e com locais bem definidos para o armazenamento de alimentos, poços, cozinhas e que através dos seus canais sinuosos e estreitos permitiam dificultar a passagem dos inimigos e manter a população a salvo, durante meses.
Depois passamos por um dos lagos mais salgados: o Tuzgal, com mais de 100 quilometros de extensão, 40 metros de profundidade e que abastece a maior parte do sal consumido no país, no percurso em direcção à Ankara, a capital do país.
Quando lá chegamos já a chuva ameaçava aparecer e depois choveu mesmo (e eu a pensar que na Turquia chovia pouco, em particular no mês de Outubro, como estava bem enganada), quando chegamos ao mausóleu de Ataturk (apelido, este, que significa "pai dos Turcos") onde se pode ver o seu túmulo. Nas seguintes fotos podem-se aqui ver o mausóleu e alguns pormenores do mesmo (à esquerda, em baixo, o bonito tecto do túmulo de Ataturk).
Mustafa Kemal Ataturk foi o fundador da república Turca, da ocidentalização e do estado laico no país, sendo admirado e mesmo venerado pela população.
Apesar de existirem muitas mesquitas na Turquia, a sua visita não é obrigatória cinco vezes por dia, as mulheres vestem-se à ocidental (podendo usar ou não lenço) e a bebida nacional é à base de alcool (raki), contrariando a religião predominante, a muçulmana.
Ataturk foi um oficial militar na 1ª Guerra Mundial e depois liderou o movimento nacional na Guerra da Indepêndencia Turca, estabelecendo governo em Ankara (nessa altura Istambul era a capital) e derrotando as forças dos Aliados, permitiu a independência do país.
A capital mudou então para Ankara e foi adoptado um alfabeto latino da familia ural-altaica (que compreende línguas como o Finlandês e o Húngaro), o uso do calendário Gregoriano (o Árabe rege-se de acordo com as luas), o direito de voto às mulheres e a monogamia (um homem só pode estar casado com uma mulher de cada vez), bem diferente da cultura e mentalidade Árabe.
Neste grandioso mausóleu, além do túmulo, pode-se ainda ver a reconstrução de cenas de batalhas que parecem ser bem reais, com bons efeitos sonoros e visuais, assim como objectos da vida privada de Ataturk.
Ankara deriva da palavra "ángora" e é uma importante cidade industrial e comercial. Além de estar localizada no centro e ser o centro do governo da Turquia, é famosa pela lã mohair (o símbolo da cidade é uma cabra, da qual se extrai a sua lã), pela raça única de gatos e coelhos.
Antes de voltarmos para o nosso hotel, em Ankara, fizemos uma visita panorâmica pela cidade (de autocarro, porque chovia bastante) e fomos visitar o museu das civilizações antigas: o Anadolu Medeniyetleri Müzesi. Este, está muito bem organizado por ordem das várias épocas cronológicas históricas e reúne várias colecções de achados arqueológicos encontrados pela cidade, sendo considerado um dos melhores museus do mundo.
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