sexta-feira, 5 de setembro de 2014

No Aquário Vasco da Gama!

Acabo de terminar o post sobre o teatro D. Maria II e apetece-me novamente voltar a Lisboa! Por isso, nada como vos deixar a minha última visita ao Aquário Vasco da Gama, em Abril passado, onde também fiz um estágio de seis semanas (com a minha querida Solange), há quase duas décadas atrás...


Mas antes, depois de ter lido vários comentários no Tripadvisor, deixem-me esclarecer o seguinte: o Aquário Vasco da Gama não é o mesmo que o Oceanário Vasco da Gama, apesar de ambos terem o mesmo nome! Este, último, fica na zona nobre construído de propósito para a EXPO'98 enquanto que o Aquário Vasco da Gama fica perto de Algés, na linha de Cascais, tendo sido construído no final do século XIX.


A partir da baixa da cidade, na praça da Figueira, é possível apanhar o elétrico nº15 (daqueles bem modernos, sem graça nenhuma) para Algés e a partir daí, o autocarro nº 776 que nos deixa bem na frente do aquário [Cruz Quebrada- Dafundo] (outra alternativa é andar uns quarteirões, dez minutos a pé).

Os tanques de carpas, no jardim, à entrada dão-nos logo as boas vindas, antes da bilheteira, deste antigo edifício amarelo torrado.


Inaugurado a 20 de Maio de 1898, foi um dos primeiros aquários do mundo, tendo sido o grande impulsionador deste local, o próprio rei D. Carlos, naturalista e entusiasta oceanógrafo. Dotado de uma vasta coleção zoológica reunida durante mais de uma década de campanhas oceanográficas, estes exemplares continuam ainda hoje expostos e reunidos no largo espólio do primeiro andar, no museu do Aquário, com um admirável teto trabalhado a estuque.






Este espaço museológico divide-se por cinco salas de exposição: invertebrados, peixes ósseos, seláceos (tubarões), malacologia (ramo da biologia que estuda os moluscos, como os da foto abaixo) e aves/mamíferos marinhos.




No andar de baixo, no rés de chão, o aquário, propriamente dito, está dividido pelos diferentes habitats aquáticos que existem: água doce, salgada e salobra, de ambos os hemisférios; em várias salas diferentes que refletem a biodiversidade das mais de três centenas de espécies vivas aqui presentes.

[A produção de artemia salina, um crustáceo microscópio, muito importante, utilizado na alimentação piscícola foi o meu tema de tese apresentado há anos].


Com especial destaque para a fauna da costa Portuguesa, é possível mexer em dois dos aquários aqui presentes: um deles recria uma poça rochosa da costa do Estoril e outro, o estuário do Sado!

E com quase uma centena de aquários é difícil dizer os que mais gostei! Talvez, este, com o desenvolvimento dos ovos depositados por uma fêmea de pata-roxa (peixe cartilagíneo, semelhante ao tubarão)...



Ou estes?! [Depois de dezenas de fotos, sem flash, consegui algumas de "jeito"].






Não...sem dúvida, estes lindos aquários com peixinhos coloridos: os tropicais de água salgada, que eu adoro!






Mas, afinal, o que mudou no aquário durante estas duas décadas? Apesar de ter achado alguma perda na biodiversidade (não vi cavalos marinhos, nem piranhas e apenas uma tartaruga) e a proibição da venda de peixes aquariófilos, gostei da inovadora coleção de anfíbios vivos, com vários exemplares em destaque e o seu importante papel na cadeia alimentar.
No piso superior existe, também, um bar/café dotado de esplanada com uma vista magnifica sobre o estuário do rio Tejo.




Resumindo, o Aquário Vasco da Gama, entregue à Marinha Portuguesa desde 1901, continua a ser uma instituição de cariz único, porque apesar do número de visitantes ter caído para um terço (em duas décadas) graças ao seu poderoso rival: o Oceanário; conta com uma verdadeira coleção oceanográfica real e permite o contato mais próximo dos mais pequenos com os aquários, a um preço bem mais bem acessível!

6 comentários:

  1. Já lá fui, tinha 11 ou 12 anos de idade com o meu avô. Foi talvez em 1964, ainda não tinha lá feito o seu estágio nem a tese sobre a "artemia salina"... e fiquei assustado com a lula gigante que estava na entrada ! As suas fotos acabam por me dar boas ideias para pintar as minhas pedras. E esta ? Obrigado.

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  2. De nada Srº Carlos! Eu é que agradeço e venham daí mais pedras pintadas (eu depois vou espreita-las no seu blog)! Ah, e a lula gigante ainda lá está, e esta hein?!

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  3. Olá, obrigada pelo teu comentário no meu blog. E trata-me por tu, por favor :)
    Também já te sigo.
    http://coeurdartichautbyannabelle.blogspot.pt/

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  4. Tenho mesmo de tirar um dia para ir , já foi tantas vezes adiada a visita!!
    beijinho ♥
    http://sosweetsopink.blogspot.pt/

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  5. Marta,

    Desculpe mas deixe-me só corrigir dois pormenores..
    o eléctrico 15 às vezes também é os clássicos, normalmente é os modernos, mas em algumas horas também existem os mais antigos..
    e o autocarro que se pode apanhar em algés o 776 e não 76, mas é um bom passeio para se fazer a pé de Algés para lá, é bem rapidinho! :)

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