Catorze de Abril de 2014: como foi bom pisar o palco! E não, não fui representar nenhuma peça! Fui, sim, fazer uma visita guiada ao interior de um dos maiores teatros deste país, num passeio, desconhecido de muitos. O número de visitantes é restrito, a visita é paga e só efetuada às segundas de manhã. São onze e meia da manhã, de mais uma manhã acinzentada na cidade de Lisboa e o Teatro D. Maria II me aguardaaa!
A entrada grandiosa, semelhante ao exterior, apresenta grandes e várias colunas de mármore assim como quatro bem esculpidas esculturas: uma do fundador deste teatro (Almeida Garrett) e de três importantes atores do mesmo (Taborda, J. Santos e Emilia Neves). No centro, existe uma pequena mesa arrendondada com motivos de peixes de cabeças doiradas e seguir à entrada, seis degraus espaçosos que nos levam às várias salas de espetáculos e demais.
A entrada grandiosa, semelhante ao exterior, apresenta grandes e várias colunas de mármore assim como quatro bem esculpidas esculturas: uma do fundador deste teatro (Almeida Garrett) e de três importantes atores do mesmo (Taborda, J. Santos e Emilia Neves). No centro, existe uma pequena mesa arrendondada com motivos de peixes de cabeças doiradas e seguir à entrada, seis degraus espaçosos que nos levam às várias salas de espetáculos e demais.
Antes disso, um bonito teto estucado a branco com motivos florais enriquece o anterior conjunto.
Nesse momento, informam-me que não já posso tirar mais fotos (argghhh...) e começo a tomar as minhas notas (como é que faço um post daqui a meses sem fotos?). Informam-me, também, que vão gravar a minha imagem (e a dos outros visitantes) para um pequeno vídeo promocional sobre o teatro (olha, só que sorte, além de ter as unhas numa "desgraça", umas "belas" de umas olheiras, não pude colocar nenhuma maquilhagem nos olhos, por causa de um derrame num deles, resultante do tratamento hormonal, da minha terceira e última tentativa falhada de inseminação artificial!).
A Sandra, experiente guia, fala pormenorizadamente dos detalhes em português e inglês (já que metade dos visitantes falam esta língua).
No átrio, junto à entrada e bilheteira (onde comprei o bilhete minutos antes), existe ainda uma livraria e uma biblioteca. Explica-nos que vamos acompanha-la na escadaria nobre, com os seus frisos magnificamente dourados e depois nas outras escadas, essas mais triviais (bem menos glamourosas) e reservadas apenas ao pessoal do teatro, até chegarmos debaixo do telhado, onde trabalha todo o restante pessoal dos bastidores e administrativo.
A primeira sala: o salão nobre, é um pequeno espaço com varanda e que pode ser utilizado para vários eventos de qualquer atividade, atualmente. Mas há dois séculos atrás, quando não existiam outras formas de divertimentos públicos, as sessões de teatro eram longas e eram aqui que eram feitos os convívios nos intervalos (de pelo menos uma hora de duração). Numa das suas paredes existem vários nomes de personalidades importantes ilustres e um quadro da rainha D. Maria II que deu o nome ao teatro (este foi inaugurado aquando do seu 27º aniversário, em 1846).
Construído no antigo palácio dos Estaus (antiga sede da inquisição e também destruído por um incêndio), tornou-se um dos maiores teatros do país, tendo sido reconstruído posteriormente 14 anos após novo incêndio, em 1964.
No pequeno corredor, antes dos camarins, algumas fotografias de cenas de peça de atores famosos e uma bonita escultura de Amélia Rey Colaço, grande impulsionadora do teatro português, ao tornar mais acessível os bilhetes a todas as faixas etárias e de qualquer meio sócio económico (ainda hoje existem bilhetes mais baratos em determinados dias e em determinadas horas).
O grupo é, então, dividido em dois, porque os camarins são pequenos. O primeiro é composto por wc, duche e três mesas com luzes, perfeitamente adequadas para três atores se prepararem ao mesmo tempo.
Antes de seguirmos para o andar de cima passamos por uma nova sala de espetáculos (a sala estúdio), com capacidade para 91 pessoas, preparada e adaptada a um público mais jovem.
E depois, bem por cima, da sala principal visitamos as zonas administrativas, a cenografia e os figurinos (e como são lindos; as dezenas, senão centenas de peças de vestuário, cabeças de animais e diversos adereços estão a serem catalogados, fotografados e arrumados em muitos e extensos armários). Por cima destes, enormes tubagens com reservatório de água e sistema de deteção de fumos que ao mínimo sinal, acionam o dispositivo de controlo de fogo.
Vimos, ainda, a sala de costura e depois descemos dois lances de escada até à varanda técnica, responsável pela mudança de cenários no palco do salão principal. As "bambolinas" utilizam sistemas de corda (como um barco) que descem e escondem os elementos indesejáveis de cada cena.
Vários camarins foram aparecendo à medida que íamos descendo até chegar ao camarim mais próximo (e o mais importante, reservado ao ator principal) do palco. Visitamos o interior do número dois, preparado exatamente como há dois séculos atrás (à exceção do LCD ligado, para que o ator tenha a perceção de como está a decorrer a peça no momento em que se está a preparar), com um lavabo, uma chaise longue e algumas peças de vestuário e adereços complementares da peça de teatro atual (neste momento, a decorrer "O regresso a casa").
E, finalmente, chegou a hora, a hora de pisar o palco principal, na sala principal (a sala Garrett)! A sensação é indescritível mas na televisão, a sala parece ser bem mais profunda do que esta, que à primeira vez poderia ser tão intimidante parece-me, agora, bastante aconchegante.
Observo o teto fantasticamente bem trabalhado com frisos dourados, lustros e um enorme candelabro de cristal (que é descido, limpo e reparado, uma vez por ano, em agosto), bonitas cadeiras de veludo avermelhadas e a sumptuosa tribuna de honra. Para evitar a propagação de incêndios é ainda utilizada uma cortina de ferro, que separa o palco do público e existe ainda uma plataforma à frente do palco que pode ser descida para tornar o palco ainda maior.
Na despedida, as luzes "encerram" e é hora de voltar para o exterior, ver esta bonita fonte na praça D. Pedro IV, também designada como "Rossio"!
P.S- Schiuuuu! Outra coisa! Nos teatros não se pode dizer o nome de uma peça importante de Shakespeare, porque dizem que dá azar e as superstições no teatro são mais que muitas (Macbeth)!
Boa descrição, desconhecia os detalhes. Vi lá entre outras, na ultima vez, uma peça que era um monólogo com Eunice Muñoz, "O ano do pensamento mágico". Boa ideia esta visita. De facto no local a sala parece bem mais pequena e aconchegante.
ResponderEliminarTudo lindo! Beijos :)
ResponderEliminarObrigada "Carlos" e "Donna"!
ResponderEliminarOlá Marta! Finalmente consegui um tempinho pra vir conhecer o seu blog e retribuir a sua visita! Quanta coisa bonita por aqui! Será um prazer te acompanhar!
ResponderEliminarSucesso!
bjão
Ana
Marta, que fantástico. Nunca entrei no Teatro D. Maria II. Aliás, não conheço assim tão bem a nossa própria capital (o que é um pecado para uma viajante compulsiva e que ainda por cima estagiou vários meses em Lisboa quando terminou a licenciatura... shiii já vai há uma vida).
ResponderEliminarQue pena não deixarem tirar fotos.
Beijinho
Ruthia d'O Berço do Mundo