sábado, 15 de fevereiro de 2014

No norte de Portugal 2! (Mirandela, Bragança, Chaves)

Enquanto o Benfica marcava o segundo golo, apesar do reboliço aqui em casa, dedico-me a continuar este post, desta vez sobre outras terras do norte e algumas das suas iguarias. Siga-me, então, nesta viagem e acompanhe-me nesta pequena história (gastronómica) portuguesa!

Primeira estação: Mirandela!




Presumível terra de Bartolomeu Dias (navegador português que dobrou o "cabo das tormentas", mais tarde designado como "cabo da boa esperança", na costa sul africana), Mirandela está situada no nordeste transmontano e é vizinha do rio Tua. Anteriormente, chamada de Caladunum, esta cidade apelidada como a sede da "terra quente", por ter um microclima que confere ao local, uma zona estival quente; recebeu foral, em 1250, pelo rei D. Afonso III.

Uma das suas iguarias mais famosas são um tipo de enchidos, denominados "alheiras" (adoro)! Segundo se diz, reza a história que estas teriam sido inventadas pelos cristãos novos (judeus presumivelmente "convertidos"), que para ficarem integrados na comunidade, substituíram a carne de porco pela de aves (quem não sabe, os judeus não comem carne de porco, ao contrário dos cristãos). Consumida, grelhada, assada ou cozida, a alheira está presente na maior parte dos restaurantes da cozinha portuguesa.

Gostei da cidade e aproveitei para comprar alguns destes famosos enchidos, além de ter visto este bonito palácio, o "palácio dos Távoras",  uma das habitações de uma antiguíssima família de nobres, atual câmara municipal!




Depois, seguimos viagem para a histórica cidade de Bragança! Fundada e associada ao rei lendário Brigos, em 1906 a.C, foi mais tarde conquistada e reedificada pelos romanos que lhe terão dado o nome de juliobriga. Posteriormente, foi repovoada pelo rei D. Sancho I que lhe concedeu o primeiro foral em 1187 e o atual nome de "Bragança" em 1199.

A sua maior atração é o bonito castelo bastante bem preservado (apesar de ter achado, na generalidade, a cidade um pouco mal cuidada e sem vida), do século XIII e em estilo gótico.











Paramos, então, para ver o atual parque natural de montesinho, criado em 1979 e que abrange 75 mil hectares, sendo uma das maiores áreas protegidas do país e um dos territórios mais ricos em vida selvagem. É atravessado por vários rios como por exemplo, aqui o rio Tuela.



Acabamos por almoçar tardiamente em Chaves, onde acabamos também por descobrir o pastel característico da região: "o pastel de Chaves", um pastel de massa folhada finíssima recheado com carne picada no seu interior, embora existam muito mais petiscos regionais oriundos da região que podem ser apreciados (presunto, cabrito, cozido, feijoada, truta, folar, enchidos...).
Chaves, anteriormente designada como Aquae flaviae, está associada às fontes termais que aqui brotam, uma das mais quentes da europa e uma das maiores riquezas desta cidade. Os romanos estabeleceram aqui as primeiras povoações há mais de dois mil anos e a cidade foi reconquistada no século XI, por D. Afonso III, tendo passado a ser território português em 1160. Aqui, também, foi, provavelmente, impresso o primeiro livro da língua portuguesa no século XV.



E algum tempo depois, bastante tempo depois, após termos ficado completamente perdidos em pleno Gerês, sem GPS e quase sem carro, acabamos mesmo por dormir num hotel (Ibis), em Braga!

                                                                                                   
                                                                                                                                 (continua)

5 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigada Donna! É bom ver que existem seguidores do meu blog e de Deus (embora eu respeite todos os credos e religiões). Beijinhos.

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  2. De Bragança, apesar de ser sulista a 100%, tenho as melhores e mais ternas recordações. Nos inicio dos anos 90, fiz em grupo grandes passeios de BTT pelos locais que descreve, Montesinho, Serra de Bornes, Azibo, Rio de Onor, que nos deixavam a "ouvir" o silêncio, tal a sua intensidade. Tinha coração para isso, coisa que perdi. Nos anos 2004, 2005, recordo que fui várias vezes, e fazia um trajecto muito interessante, pois saía de Lagoa (onde na altura vivia) pelas 6h00, ia de carro até Lisboa para apanhar um avião que saia da Portela pelas 9h15, e fazia Lisboa, Vila Real, Bragança, e chegava pelas 10h30, um viagem muito bonita pois circulava-se a baixa altitude e era rápido. Claro a viajem era profissional, mas juntava o util ao agradável.
    Obrigado, com o seu post recordou-me alguns bons momentos. Continue a viajar pois é a melhor forma de aprender.
    CR

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    1. Obrigada Srº Carlos,

      Pelo seu amável comentário e experiência de vida, neste blog. Abraço.

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  3. De Coimbra para Norte pouco ou nada conheço. Obrigado pelo passeio.
    Bj

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