Uma breve passagem ao interior de duas igrejas em Lisboa, a exploração da "alta" e da "baixa" na capital, a visita a amigos e primos na margem sul e Alentejo (desde já, o meu obrigado pelo vosso acolhimento), que culminaram nesta interessante descoberta às ruinas romanas de Miróbriga, são algumas das palavras que caraterizaram o meu exaustivo fim de semana passado (e que me valeram duas valentes bolhas nos dedos mindinhos dos pés, mas nada que a "enfermeira" Anabela não resolvesse...hahaha).
Existem claras evidências arqueológicas que Miróbriga terá sido ocupada, pelo menos, na idade do Ferro mas foram os Romanos que deixaram aqui os seus maiores testemunhos. As construções que vimos como o complexo habitacional, as termas, o fórum e as tabernae deverão ter sido construídas provavelmente em I d.C, mas o local foi abandonado gradualmente nos quatro séculos seguintes, após sucessivas pilhagens e até serviram de matéria prima para a construção do castelo de Santiago de Cacém (mais um, que tenho o desejo de conhecer).
Mas, realmente essas ruínas me surpreenderam bastante, por serem, assim, tão grandes! Atualmente, estendem-se por mais de dois quilómetros, embora no seu auge estivessem estimadas numa área compreendida entre os dez e doze hectares e fosse efetivamente um vasto aglomerado populacional.
Inicialmente, começamos a visita no complexo habitacional! Os prédios de habitação ocupavam um espaço de um quarteirão e dividiam-se em apartamentos ocupados por várias famílias. Muitos destes ostenta(va)m pinturas murais nas paredes e canalizações de água, feitas de chumbo. Apenas uma pequena parte destas foi escavada e aqui pode ser analisada a sua organização social, os rituais religiosos, os hábitos e os cultos domésticos da população. De pedra calcária, algumas das suas habitações utilizam ainda o xisto nas suas fundações.
Um pouco abaixo, no nível do terreno, encontramos as antigas termas. Estas, elementos fundamentais para a vida do dia a dia, quer na higiene (bem evoluídos, estes Romanos, já que muitos séculos depois, na idade média, a população ainda pensava que a água "desgastava" a pele), quer como elemento social de convívio, eram compostos por dois edifícios, provavelmente, dedicados a sexos diferentes, com banhos a diferentes temperaturas (conforme, se podem ainda ver nos spas de todo o mundo e pude constatar em Pammukale, na Turquia).
As salas aquecidas e assentes num sistema construídos com arcos feitos de tijolos, por onde circulava o ar, tinham paredes duplas para aproveitar melhor o calor produzido por uma fornalha, revestidos por placas calcárias e muitas delas, estucadas e pintadas a fresco. Aqui é possível ver o sistema de escoamento de águas, com as suas canalizações e caleiras, em chumbo ou de pedra.
Pode-se ainda ver uma ponte de um só arco de volta inteira e as suas calçadas circundantes.
No topo do local encontramos depois o fórum com um templo centralizado, dedicado ao culto imperial, com a sua fachada principal orientada para a praça pública, erguida sobre um pódio.
Ali perto existe também um outro templo dedicado a Vénus e até uma zona comercial, constituída por várias tabernae.
O bilhete é pago, mas a entrada é gratuita até às 12 horas de domingo (mas segundo me disseram vai passar a ser o primeiro domingo de cada mês) e vale bem a pena a visita a este local, não só pelas ruínas dos balneários, uma das mais bem preservadas do país, como também pelo único hipódromo registado em Portugal e a sua paisagem envolvente, bem bonita!
Bora, agora voltar pr'a Lisboa!
Existem claras evidências arqueológicas que Miróbriga terá sido ocupada, pelo menos, na idade do Ferro mas foram os Romanos que deixaram aqui os seus maiores testemunhos. As construções que vimos como o complexo habitacional, as termas, o fórum e as tabernae deverão ter sido construídas provavelmente em I d.C, mas o local foi abandonado gradualmente nos quatro séculos seguintes, após sucessivas pilhagens e até serviram de matéria prima para a construção do castelo de Santiago de Cacém (mais um, que tenho o desejo de conhecer).
Mas, realmente essas ruínas me surpreenderam bastante, por serem, assim, tão grandes! Atualmente, estendem-se por mais de dois quilómetros, embora no seu auge estivessem estimadas numa área compreendida entre os dez e doze hectares e fosse efetivamente um vasto aglomerado populacional.
Inicialmente, começamos a visita no complexo habitacional! Os prédios de habitação ocupavam um espaço de um quarteirão e dividiam-se em apartamentos ocupados por várias famílias. Muitos destes ostenta(va)m pinturas murais nas paredes e canalizações de água, feitas de chumbo. Apenas uma pequena parte destas foi escavada e aqui pode ser analisada a sua organização social, os rituais religiosos, os hábitos e os cultos domésticos da população. De pedra calcária, algumas das suas habitações utilizam ainda o xisto nas suas fundações.
Pintura mural da habitação de um rico proprietário |
Um pouco abaixo, no nível do terreno, encontramos as antigas termas. Estas, elementos fundamentais para a vida do dia a dia, quer na higiene (bem evoluídos, estes Romanos, já que muitos séculos depois, na idade média, a população ainda pensava que a água "desgastava" a pele), quer como elemento social de convívio, eram compostos por dois edifícios, provavelmente, dedicados a sexos diferentes, com banhos a diferentes temperaturas (conforme, se podem ainda ver nos spas de todo o mundo e pude constatar em Pammukale, na Turquia).
As salas aquecidas e assentes num sistema construídos com arcos feitos de tijolos, por onde circulava o ar, tinham paredes duplas para aproveitar melhor o calor produzido por uma fornalha, revestidos por placas calcárias e muitas delas, estucadas e pintadas a fresco. Aqui é possível ver o sistema de escoamento de águas, com as suas canalizações e caleiras, em chumbo ou de pedra.
Pode-se ainda ver uma ponte de um só arco de volta inteira e as suas calçadas circundantes.
No topo do local encontramos depois o fórum com um templo centralizado, dedicado ao culto imperial, com a sua fachada principal orientada para a praça pública, erguida sobre um pódio.
Ali perto existe também um outro templo dedicado a Vénus e até uma zona comercial, constituída por várias tabernae.
O bilhete é pago, mas a entrada é gratuita até às 12 horas de domingo (mas segundo me disseram vai passar a ser o primeiro domingo de cada mês) e vale bem a pena a visita a este local, não só pelas ruínas dos balneários, uma das mais bem preservadas do país, como também pelo único hipódromo registado em Portugal e a sua paisagem envolvente, bem bonita!
Bora, agora voltar pr'a Lisboa!
Passear cansa! hahaha Bjs. Deus abençoe.
ResponderEliminarGrato pela partilha destas visitas, transparece um excelente passeio. Abre o apetite de meter pés a caminho e seguir essa rota.
ResponderEliminarAbraço
Faz algum tempo que ando pensando em voltar a Portugal, já fui duas vezes mas só conheci Lisboa e Porto. Ando pensando em conhecer outros lugares que são mais desconhecidos e anoto todas as dicas que vejo!
ResponderEliminar