terça-feira, 28 de janeiro de 2014

À descoberta de Lagos!

Oito da noite! Estou de folga e finalmente, pela milésima vez, decidi-me a completar este post sobre Lagos. Já foram tantas as vezes que comecei a escreve-lo que lhe perdi a conta. E já foram tantas as vezes que fui a esta cidade, também!




Desde as muitas idas à praia da "meia praia" (que de "meia" não tem nada) desde moça pequena, aos passeios dos seus simpáticos recantos históricos, às visitas periódicas ao hospital privado (onde também acabei por fazer a laparoscopia há quatro anos atrás), às primeiras caches, às refeições no restaurante do zoo (onde almocei no dia do meu casamento), esta é uma cidade que merece ser (re)descoberta!




Apelidada como a "cidade das descobertas", Lagos orgulha-se da sua identidade e história, obstante o seu inicial comércio esclavagista!

"Corria o ano de 1444. Uma frota algarvia de 6 caravelas chega a Lagos, no regresso de uma expedição ao Golfo de Arguim (atual Mauritânia). Naquela manhã quente do princípio de Agosto, despertando a curiosidade da população local, desembarcava em Lagos um contingente de 235 escravos Africanos. A notícia correra de boca em boca. Todos queriam ver o inusitado espetáculo, até mesmo o poderoso infante D. Henrique, que tinha direito a um quinto dos desembarcados, não quis deixar de estar presente."

Extraído do livro: "Escravos e traficantes no império Português" de Arlindo Manuel Caldeira, um dos muitos livros que me acompanhou no verão passado.



De barriguinha cheia, lá vou eu à procura desta bonita e histórica cidade! Importante marco na busca do desconhecido, durante o século XV, pelos navegadores portugueses, foi a partir de Lagos que as embarcações iniciaram as explorações à costa Africana, tendo sido aqui desenvolvidas e aperfeiçoadas novas técnicas de construção naval e navegação, o que permitiu a consequente descoberta de novos territórios, o contato com novas culturas, novos povos, o importante progresso cientifico e a descoberta de novas riquezas, entre as quais se incluem o vasto mercado das especiarias.




E, por isso, desta vez a minha visita incidiu no novo centro de ciência viva de Lagos, um "prato cheio", eu, que adoro história!




Existem vários destes centros, espalhados um pouco por todo o país (apesar, deste ter sido o meu primeiro), cada um deles subordinado a um tema especial, sendo este destinado aos descobrimentos marítimos, mas todos eles têm o objetivo principal da divulgação da cultura cientifica.

O edifício, onde está albergado este centro de ciência, é um antigo solar do século XVII e é composto por vários espaços de exposição, dividida em áreas distintas.




Os antigos navegadores, homens curiosos, aventureiros e destemidos ao navegarem longe da costa e por mares desconhecidos, desmitificaram "factos" e mitos ancestrais (exemplos: a existência de monstros marinhos e/ou a impossibilidade da navegabilidade em determinados mares).




Depois da descoberta de terras africanas, a expansão tomou lugar em terras mais distantes ("américas" e "índias") mas como todas elas eram completamente desconhecidas, estas viagens designaram-se por "descobrimentos". Novas técnicas de construção (como a caravela, embarcação mais rápida e manobrável)  foram adotadas assim como o aparecimento de novos instrumentos astronómicos (como o quadrante, o astrolábio ou o sextante) e o seguimento pelos astros, foram necessários.



Várias atividades podem ser, aqui, experimentadas, como efetuar a simulação do funcionamento de um periscópio, através da manipulação de um conjunto de espelhos; montar seis puzzles da perspetiva do mapa do mundo em épocas diferentes; "construir" uma lente de Fresnel (a dos faróis); comunicar à distância com auxilio de bandeiras e em código morse; fazer simulações de como se manobra um navio (pelo controle da temperatura da caldeira, da pressão do óleo, da velocidade do motor); fazer vários tipos de nós utilizados nas embarcações; velejar no mar com um barquinho, de forma a "controlar" o vento, entre outros.






No final, ainda tive o direito de ver uma pequena (temporária) exposição fotográfica da diversidade de morcegos do nosso país.





Miúdos, graúdos e curiosos! Para todos, existe um vasto conjunto de atividades e exposições interativas neste espaço, a terminar neste pequeno parque infantil!




Morada: Centro de ciência viva de Lagos
               Rua Dr. Faria e Silva nº34
    
     Lat:    37.104054 (37º 6' 14.5925'')
     Long: -8.673368  (8º 40' 24.1264'')


Horário: Das 10 às 20H (encerra às segundas)
              
Entrada paga (mas acessível)

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