terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Quinta da Regaleira (Sintra)

Um dia bem passado em Sintra (ou não fosse património mundial da UNESCO)...numa fabulosa e mística quinta, num largo palácio; a subida a dois imponentes e altos castelos, a ida a dois restaurantes nomeados pelo Tripadvisor, a primeira peça de teatro de revista e o nascimento do meu afilhado garantiram-nos um fim de semana de Carnaval exaustivo mas deveras especial.


A começar pela Quinta da Regaleira, esse supreendente monumento da paisagem cultural, dentro dos limites do centro histórico, na vila de Sintra (fácil...pertinho e muito fácil de achar)!



E apesar do palácio ser realmente muito bonito e ricamente trabalhado, de facto os jardins são o ex-libris desta magnífica propriedade.





Estes constituem a maior parte da mesma e parecem fazer parte do cenário daqueles filmes de contos de fadas, cheios de magia e mistério. A mitologia, a maçonaria, os templários, a Rosa-Cruz (uma fraternidade conhecida no século XVII) e a alquimia são elementos presentes na sua construção mas um mundo subterrâneo (assombroso) parece emergir das profundezas e desafiar o tempo.

Bem, histórias à parte...o que se sabe é que a propriedade passou a designar-se "Quinta da Torre", em 1817, depois de ter sido adquirida e vendida algumas vezes, desde 1697.

Em 1840, foi mandado construir um palacete com capela exterior e jardim pela Baronesa da Regaleira e conhecido desde então pelo seu atual nome.

Outros terrenos foram anexados à propriedade, cinco décadas depois, após ter sido vendida a António Monteiro. Os planos originais foram então substituidos pelas ideias do arquiteto Italiano Luigi Manini, o senhor também responsável pela construção do Palácio do Bussaco (que eu estou também mortinha por conhecer).

Posteriormente, a propriedade foi vendida várias vezes até ter sido comprada pela Câmara Municipal em 1997. Após a recuperação patrimonial abriu as suas portas em 1998, felizmente para (todos) nós que assim a podemos visitar!


Com entrada paga, passamos boa parte da manhã a visitar os jardins que apesar de terem sido um pouco devastados pelas últimas intempéries da região (até haviam caminhos cortados e locais inacessíveis como a zona das cavalariças) a sua luxuriante vegetação não passou despercebida. Sintra, por causa do seu microclima fantástico, permite-nos isto!


Exemplar de estátua na álea dos deuses

E apesar da grande variedade de árvores e plantas (foi interessante ver a vegetação tão diferente do início para o fim da propriedade, sendo esta última muito mais selvagem e desordeira), as refrescantes fontes, as mini cascatas, as várias grutas, os pequenos lagos, os túneis e outros espaços subterrâneos, como o poço iniciático, são o tema central destes jardins.




Lago da cascata

O "poço iniciático" é constituido por uma galeria subterrânea, de 27 metros, com uma escadaria em espiral sustentada por colunas onde se pode descer até ao fundo do mesmo (e a água parece brotar das paredes à medida que nos deslocamos para baixo), seguindo-se-lhe uma série de caminhos tipo labirinto (existem pelo menos quatros caminhos subterrâneos). A luz é fraca e tem este nome, porque se acredita que era utilizado em rituais de iniciação da maçonaria.





Uma das entradas/saídas do "poço iniciático" é o "portal dos guardiães" perfeitamente dissimulada pelos torreões laterais e um mirante central lindissimo.






Perto da "gruta da Leda" existe a "torre da Regaleira" de onde se pode obter vistas soberbas sobre toda a propriedade e não só...



De facto, existem vários miradouros espalhados na propriedade com bonitas vistas para a serra de Sintra, inclusivé o castelo dos mouros e para a romântica  e bela vila de Sintra.




A capela de estilo neomanuelino apresenta um simbolismo alusivo à "ordem de Cristo" e da cripta existe um acesso subterrâneo ao palácio.


Fachada principal da capela

Interior da capela


Este sendo constituído por vários pisos tem um grande terraço panorâmico com extravagantes chaminés e oito pináculos (num deles, virado para o mar, está a figura do poeta Luís de Camões).


Chaminés do telhado do palácio da Regaleira

Os pisos superiores embora bastante singelos (o segundo piso era destinados aos quartos e sala de arrumos enquanto que no primeiro eram os aposentos reservados e privados da familia) não deixam de ser supreendentes.

No piso nobre (0) pode-se encontrar uma exuberante decoração, inspirada nos períodos manuelino, barroco e renascentista das várias divisões, tais como a "sala da caça" com uma enorme lareira ou a "sala dos reis" com a representação dos 24 monarcas que governaram Portugal.


Pormenores do hall do palácio

Pormenores da "sala da caça"

Pormenores da "Sala dos Reis"


Mais?! Vá conhece-lo!

6 comentários: