quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Dublin em 24 horas! (Parte 2)



Com 65 metros de comprimento no salão principal (vista parcial na foto acima), cinco milhões de volumes impressos, incluindo duzentos mil textos antigos, trata-se da maior biblioteca na Irlanda: a biblioteca de Trinity College (universidade fundada em 1592) e conta com excecionais raridades como o manuscrito da proclamação da República da Irlanda, a harpa mais antiga de toda a Irlanda (e a única bandeira do mundo a possui-la)  e o Book of Kells, um dos mais importantes manuscritos evangélicos, produzidos entre os século VI-IX.

Esta(va)mos, agora, no sudeste de Dublin, o coração artístico e intelectual desta jovial cidade!
Apesar de situada bem perto da parte antiga, esta zona só se desenvolveu, nos dois séculos seguintes, aquando da construção da Trinity College. Após este, foram-lhe adicionados outros edifícios públicos importantes como a Old library e alguns museus bastante interessantes, nomeadamente o museu nacional, o museu de história natural e a galeria nacional. As belas praças e terraços concentram aqui a maior parte da sua animada juventude.

Descemos na paragem da Nassau Street e entramos na National Library of Ireland, fundada em 1877, onde está patente uma exposição de James Joyce, romancista importante Irlandês.




Trinity College, fundada no século XVI pela rainha Isabel I, no local de um antigo mosteiro agostinho, recebeu alunos famosos irlandeses (incluindo Samuel Beckett, prémio Nobel de literatura em 1969) e possui bonitos relvados e pátios empedrados. Contudo, a morraça impediu-nos de explorarmos a zona à vontade, pelo que decidimos tomar o (demasiado turístico e caro!) pequeno almoço. A chuva pareceu então acalmar e ficamos à espera na fila quilométrica para vermos os "tesouros" escondidos na biblioteca. Mas rapidamente a fila se esvaiu e começamos a vê-los. E fotos? Nem pensar...




À exceção de partes parciais da biblioteca, com  bustos de mármore de efemérides locais....




E da bonita harpa do século XV!




Antes disso, no seu interior, um pouco da história da origem dos manuscritos e depois encontramos o Book of Kells, o mais rico manuscrito medieval iluminado Irlandês, sob a forma de quatro evangelhos em latim [apenas dois estão expostos, alternados] (as imagens seguintes são de postais comprados no local)! Escondidos na penumbra, estão envolvidos em mistério. Pensa-se, provavelmente, que terão sido obra de monges que fugiram de Iona e trouxeram-nos para Kells em 806 d.C após ataques Vikings (que saudades de novos episódios da série deste nome!).

Mas o que estes manuscritos têm assim de tão especial? Além da bonita caligrafia dos textos, as folhas estão ricamente adornadas com lindas formas espiraladas entrelaçadas com coloridas figuras humanas e de outros animais.

[mais informações sobre a biblioteca e o livro de Kells em: www.tcd.ie/Library]





Saímos, abrigamos-nos da chuva na Berkeley library, onde vimos esta interessante escultura:


Sphere within sphere (1982, Arnaldo Pomodoro)

[Por causa da chuva miudinha perdemos a oportunidade de curtir o St. Stephen's Green, um relaxante parque arborizado].

Seguimos viagem até ao museu nacional da Irlanda na Kildare Street! Bem-vindos ao National Museum of Ireland- Archaeology/History!

Construído em 1880, tendo sido desenhado por Sir Thomas Deane, possui um sublime teto, uma fantástica rotunda em cúpula com pilares de mármore e um chão de mosaico com cenas do zodíaco.





Depois perdemos-nos, ali, naquele mundo de artefactos desde os tempos pré-históricos até ao século passado, expostos pelas diferentes galerias (as maiores são: a sala dos Vikings, a sala medieval e a sala do antigo Egito) deste bonito museu gratuito (e u-lá-lá, aqui, até as fotos são, na maior parte, permitidas), não sem antes passar pela galeria nacional (fechada, para obras).

Adorei especialmente as peças da coleção da idade bronze-ouro e da enorme canoa expostas. Além disso, o seu interior alberga ainda invulgares múmias e outras raridades.











E, confesso, que não me importava de ter ali ficado mais umas horas a explorar aqueles recantos históricos, daquela cidade (e seria pedir muito, já agora, que não chovesse?). Mas não, era tempo de dar o "último adeus" e apanhar o avião para Faro [e se a chuva nessa altura tinha praticamente desaparecido de Dublin, acompanhou-nos durante a nossa viagem de regresso com uma bela trovoada e um belo aguaceiro aquando da nossa chegada].

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