domingo, 11 de novembro de 2012

Delicias gastronómicas (e não só) de S. Miguel

Oba! Hoje temos um post bem diferente a falar das comidinhas suculentas, dos doces deliciosos dos Açores e principalmente das diferenças gastronómicas entre os vários alimentos e pratos preparados na ilha de S. Miguel com o continente Português.

Ah! E já agora caro(a) seguidor(a) e/ou leitor(a) deste blog devo adverti-lo(a) que se estiver a fazer dieta, paré agora mesmo e não leia mais este post (hahaha)!

Confesso que tinha algumas expetativas a nível gastronómico na ilha de S. Miguel e tinha em mente, que apesar das diferenças, quase toda a comida devia ser bastante saborosa, pelos relatos dos blogues que li. Mas diferenças são diferenças...e eu nunca pensei que existissem tantas.


Apresentação do cozido das Furnas

Apesar de alguns comentários menos favoráveis sobre o cozido das Furnas (contrária à minha opinião) existem algumas outras diferenças na confecção dos alimentos e nos próprios alimentos, o que não é de estranhar (isso penso eu agora) já que os Açores distam 1400 km e têm uma riqueza natural de solo, vegetação e marítima completamente diferente de Portugal continental.

A começar pelo pequeno almoço...a primeira refeição do dia que foi sempre passada no hotel, já que ficamos em regime de dormida com direito a essa refeição. Como na maioria dos hotéis, o pequeno almoço era o vulgarissimo pequeno almoço dito "continental" composto por ovos (cozidos ou mexidos), salsichas, iogurtes, café, leite, queijos (frescos e curados), sumos, frutas (infelizmente a maioria enlatados) e compotas...aqui tudo normal, certo? Mas não...o leite, iogurtes, os queijos (assim como os gelados) são bem mais "fortes". Aqui não existem "coisinhas" desnatadas ou sem sabor, os lactícinios devido à fartura de pasto e vacas são bem mais ricos em gordura, daí o seu elevado sabor e aroma.

 As compotas fartas de frutos e vegetais tão invulgares como o tomate capucho, o araçal (um desconhecido fruto avermelhado quando maduro) também estavam presentes. Posteriomente, também vi à venda compotas de batata doce e de nêspera.




Entre os pães, bolos e vulgos croissants encontrava-se também o bolo levedo, uma especialidade regional (embora para ser sincera não lhe achei lá grande piada) que pode ser recheada com queijo ou compota.

Passemos agora para outra refeição...

Como entradas: as cracas, um crustáceo dificil de comer mas muito saboroso (até mais do que os percebes...e ai...como eu adoro percebes, embora ali não existam), a estranha sopa de peixe (com batata e arroz...ui...ui...nunca mais), o agradável queijo fresco mas servido com picante, as lapas (grandes quando comparadas às do continente) grelhadas acidificadas  e as ameijoas com alho servidas com muito limão (embora comestíveis, digamos).


Cracas

Lapas grelhadas e queijo fresco com picante


Como prato principal, destaco uma feijoada regional muita seca (nunca tinha visto uma assim, pois é feita no forno), um bife servido com batatas fritas e enchidos excessivamente temperados (para o meu gosto) e uma açorda de marisco (estava bastante saborosa apesar do tomate), embora todos os pratos fossem bastante condimentados, talvez devido à pouca amplitude térmica destas ilhas (uma forma possível de prevenir doenças é a utilização de condimentos ácidos e picantes, a par de países Africanos ou Asiáticos).


Feijoada regional  e sumo Kima

Para bebida sem alcool, provei o delicioso sumo de maracujá Kima e o saboroso vinho doce (parece sumo de uva com gás). Vinho propriamente dito só provamos um dos Açores e achei-o muito "encorpado" (embora não seja apreciadora deste néctar).

Como sobremesas, fica recomendado o perfumado ananás dos Açores, a mousse de maracujá (que faz lembrar o pudim), o pudim de ananás (que faz lembrar a bavaroise), o "quente e frio" (delicioso gelado de nata com cobertura de chocolate) e uma especialidade local na Povoação (as "Fofas") que não são mais do que a massa idêntica aos éclaires mas com recheio e coberturas diferentes (os gulosos podem também reconhece-lo como a base dos bolos "profiteroles" ou "rins").


Ananás ao natural e sobremesa "Quente e Frio"



Fofas da Povoação


Na Atalhada (Lagoa), a poucos quilometros de Ponta Delgada, no restaurante "José do Rego" podem-se provar especialidades locais a preços modestos e nós gostamos tanto deste restaurante que voltamos, lá, uma segunda vez para jantar.

Nas Furnas existem inúmeras opções para saborear o invulgar (mas saboroso) cozido da referida terra, nós provamos o do restaurante "Miroma".

No último dia da nossa viagem fizemos um breve passeio pelas praias do sul e fomos até Caloura (onde admiramos a fachada deste antigo convento, na foto seguinte) antes de voltarmos a Ponta Delgada para provarmos um dos bifes mais tenros, suculentos e um dos melhores dos Açores, num restaurante bastante sofisticado e não tão acessível: o restaurante "Alcides".



E com este último (e rápido) post, com estas coisinhas tão pouco calóricas, me despeço da ilha de S. Miguel e dos Açores! Ufa!

3 comentários:

  1. Adorei essa viagem gastronômica! Quantas novas descobertas!

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  2. Olá.
    Só coisas boas que existem nos Açores.
    Realmente os sabores aqui são bem mais intensos.
    Não queremos cá saber de coisas deslavadas e desinsabidas eheheh aqui é tudo regional. Calorias...sim, pode haver mais, mas é um consolo para a alma eheheh
    Quanto á pimenta, gostamos muito de coisas apimentadas, como enchidos e etc e tal e temos uma pimenta que sem querer estar a mentir, creio que é unica no mundo que é a pimenta moida, que fica bem com quase tudo, desde queijos a confecção de comidas. Eu propriamente, não acho que as nossas comidas sejam muito picantes, mas se calhar já é o habito.

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