terça-feira, 11 de outubro de 2011

Günadyin (tradução: Bom-dia) Éfeso

Nós em Éfeso

Depois de algumas (mas poucas) horas de sono (de notar que quando chegamos já passava da meia noite e ainda fomos comer uma pequena ceia deixada no quarto), tivemos de acordar às 6 horas da manhã (e olhem que na Turquia o fuso horário é de mais duas horas que em Portugal continental, ou seja acordamos às quatro). Após o bom pequeno-almoço no hotel, fizemos uma visita panorâmica de autocarro pela cidade de Izmir, com as suas mesquitas bonitas e uma estátua enorme de Ataturk (deste senhor, falarei no post de Ankara, a capital do país).

A nossa primeira paragem foi na casa da Virgem Maria, que segundo (e de acordo com descrições feitas no Novo Testamento)  se diz, terá fugido e refugiado aqui durante os últimos anos da sua vida, após a crucificação de Jesus, seu filho. A actual capela foi construída sob os restos da casa onde vivia a Virgem, tendo sido reconstruída depois nos séculos seguintes (a última vez foi em 1951). Aqui, tive a oportunidade de provar a água da fonte natural (sabe mal) e ver o mural de preces ou desejos pedidos pelos visitantes, que aqui vêm (e que aliás são mesmo muitos).


Fila para entrar na casa da Virgem

A viagem prosseguiu para a visita às esplêndidas ruínas de Éfeso, a cidade onde as civilizações Grega e Romana se fundiram numa só. Ficou célebre por ter uma das 7 maravilhas da antiguidade: o Templo de Ártemis (550 a.C), local de culto à deusa Grega (da lua e da caça) com esse nome, tendo sido destruída em 401 d.C e do qual resta apenas (e infelizmente) uma única coluna de pé . As restantes colunas foram destruídas ou levadas para a construção da Basílica de Santa Sofia (Haghia Sophia), em Constantinopla (actual, Istambul). Éfeso foi, durante o período Romano, a segunda maior cidade do Império Romano e do mundo (a primeira era obviamente Roma) com 250 000 habitantes no século I a.C!


A visita começou na parte alta da cidade, no local onde existiam os edifícios administrativos tais como o Ágora (o centro comercial da zona), o Odeon (anfiteatro, que funcionava como parlamento para 1200 cidadãos), a fonte de Trajano (construído em honra ao imperador Trajano, nascido na Peninsula Ibérica), o templo de Adriano (é de notar os belos frisos do pórtico e a cabeça da medusa, representada para afugentar os espíritos maléficos) e o teatro, um dos maiores da época, com capacidade para 25000 espectadores.


Fonte de Trajano

Pórtico do Templo de Adriano
      
                                                             
Medusa (Templo de Adriano)


Mas o que achei mesmo fabuloso, no local, foi a biblioteca de Celso, construída no século II pelos filhos de Celso (governador Romano importante da região) e que albergou 12000 rolos de papiro, tendo sido uma das maiores e mais importantes bibliotecas da antiguidade. As suas colunas com 10 metros de altura estão bem preservadas e existem lá quatro estátuas, representativas da sabedoria, da inteligência, da virtude e do conhecimento.





Vimos ainda uma série de outras ruínas espalhadas ao longo de quilometros (e continuam muitos delas ainda a ser descobertas e reconstruídas, actualmente) e até várias ruas pavimentadas. Uma delas, a Rua dos Pedestres continua coberta de mosaicos e era um local onde viviam familias abastadas. Junto a esta também vimos uma zona comum (e bem curiosa) de latrinas, onde os homens podiam fazer as suas necessidades, todos juntos, sem qualquer privacidade!


Rua dos Pedestres






Mais uma vez, haviam verdadeiras multidões para verem as ruínas, vindas dos barcos de cruzeiros desembarcados em Izmir, num dia que cada vez estava a tornar-se mais quente (tanto que não vos aconselho a virem cá no Verão).


Uma das entradas das Ruínas de Éfeso


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